As intensas chuvas de verão vêm novamente levando cenas de pânico e sofrimento para a população da Região Serrana do Rio de Janeiro, conforme o orçamento para prevenção de desastres sofre novos cortes, caindo para R$ 1,7 bilhão em 2025. Cidades como Petrópolis, Nova Friburgo, Cantagalo, Cordeiro e São Sebastião do Alto enfrentaram alagamentos, deslizamentos de terra e destruição de moradias, em um cenário que, apesar de recorrente, segue sendo tratado com improviso.
No final de 2024, um morador do município de Cantagalo gravou sua casa sendo destruída pela enchente. De acordo com a vítima da tragédia, o problema é recorrente na região devido à falta de drenagem na rodovia RJ-152, o que torna o problema uma espécie de catástrofe anunciada. Uma semana depois, foi registrado enxurradas na região de São Sebastião do Paraíba, novamente em relação a RJ-152, onde houve deslizamentos de barreiras e acúmulo de água na pista.
Já na primeira semana deste ano, uma moradora da cidade de Cordeiro, também na região serrana, mostrou em sua rede social sua casa invadida pela água barrenta. No vídeo em que publicou, mostra a água chegando na altura do joelho e sua casa destruída. Cama, guarda-roupa e eletrodomésticos foram todos submersos pelo barro.
Um dia depois, na tarde de domingo (5/1), a crise se repetiu. Dessa vez sob chuva de granizo, diversas ruas de Cordeiro ficaram alagadas e como era de se esperar, houve registro da água invadindo diversas casas. Apesar deste temporal ter durado menos de uma hora, foi o suficiente para cair mais de 30mm de chuva.
Na madrugada da última quinta-feira (9/1), a cidade de Petrópolis entrou em estágio de atenção após um temporal. Um trecho da Rua Edgar Assunção afundou na ocasião e parte da via foi interditada. Além disso, a Defesa Civil enviou técnicos para avaliar a necessidade de interdição de 3 imóveis no local.
A Defesa Civil de Nova Friburgo recomendou que os moradores de áreas consideradas de risco procurem um abrigo seguro. O município também entrou em estágio de atenção.
Orçamento para prevenção segue diminuindo
O orçamento destinado à prevenção de enchentes no Brasil revela uma tendência preocupante de redução nos investimentos, mesmo diante de uma crescente crise climática.
Em 2024, o governo federal disponibilizou para o programa de gestão de riscos e desastres R$ 1,9 bilhão. Porém, em 2025, essa verba diminuiu para R$1,7 bilhão. Já entre 2018 e 2024, o governo federal investiu R$2,7 bilhões em ações de prevenção, enquanto destinou R$7 bilhões para ações de reconstrução, o que indica uma priorização de medidas reativas em detrimento de ações preventivas.