Foto ilustrativa. Reprodução
O Hospital da Posse, localizado no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, tem sido tema de protestos nos últimos três meses, em decorrência do não-pagamento de seus salários, que estavam no total de quatro meses atrasados, além do retroativo do ano passado.
Revoltados com a situação, trabalhadores diversos, desde terceirizados a agentes de segurança, estão em contínua mobilização contra a nova empresa, responsável pelo gerenciamento da unidade federal de saúde, a empresa RJ que, de acordo com relato de um dos trabalhadores do hospital, iniciou essa situação de descaso.
“Desde que essa empresa assumiu a segurança dessas unidades de segurança daqui de Nova Iguaçu, ela só pagou em dia o primeiro mês, que foram 18 dias trabalhados. Do segundo mês por diante, devia uma, estava devendo um e pagava outro, e depois passou a ficar devendo dois e pagava um. E assim foi até inteirar cinco, entendeu? No caso desde quando essa empresa assumiu. Já tem um ano que essa empresa assumiu, e ainda renovaram o contrato por mais um ano ainda.”, denuncia um trabalhador que não quis se identificar.
Descaso governamental com a saúde
Dados oficiais do monopólio de imprensa e do site da prefeitura de Nova Iguaçu apontam para sucateamento constante da unidade federal. O Hospital da Posse está com transferência de verbas pendente. De acordo com a Prefeitura, 70% das verbas têm origem federal; 15% origem estadual e, por fim, 15% origem municipal. Porém, o governo não tem destinado integralmente as verbas federais, descumprindo o contrato com o hospital da Baixada Fluminense e, acima de tudo, o contrato com dezenas de milhares de trabalhadores que diariamente recorrem ao hospital como maior referência na região.
A manifestação mais marcante, realizada em março, foi mobilizada exclusivamente pelos funcionários da Empresa RJ, em frente à prefeitura de Nova Iguaçu, em um total de 70 envolvidos. Apesar de não ter recebido apoio sindical e de outros movimentos sociais, os manifestantes foram vitoriosos em sua agitação, visto que o ato conseguiu parar por alguns minutos a cidade inteira de Nova Iguaçu, em uma das avenidas principais, a Athaide Pimenta de Morais.
Ao decorrer da manifestação os trabalhadores foram recebidos com “propostas” de um funcionário da prefeitura, que disse, segundo um dos trabalhadores, que “ah, vamos pagar um, vou apresentar uma fatura para vocês paga, e daí vocês saem da rua, que já está incomodando já”.
Ao todo, o grupo de funcionários do hospital conseguiram, até a realização da última manifestação, dois pagamentos depositados em suas contas. Porém, o povo, como não aceita migalha, não aceitou a proposta parcial que lhe fizeram. A decisão final foi de que somente aceitariam o pagamento integral dos quatro salários em atraso.
A manifestação continuou sem repressão policial, e foi finalizada sem problemas. Os trabalhadores do Hospital da Posse ainda planejam fazer outra manifestação em reivindicação de seus direitos, programada para o fim do mês de abril.