Imagem da encenação de Morte e Vida Severina pela Companhia Ensaio Aberto. Foto: Companhia Ensaio Aberto
No dia 4 de maio, o teatro Armazém da Utopia e a Companhia Ensaio Aberto convocaram, através de suas redes sociais, seu público e apoiadores a manifestarem-se contra uma ameaça de despejo que havia sido marcada para o dia 05/05. Apesar da suspensão do despejo no mesmo dia, os trabalhadores dizem manter-se em estado de alerta para resistir contra qualquer ataque.
O teatro resulta da ocupação, desde 2010, da área da União correspondente ao armazém 6 e anexos 5 e 6 na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Desde então, o Armazém, sob administração da pela Cia. Ensaio Aberto, tem servido de espaço para espetáculos de teatro, festivais e exposições.
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Nos últimos anos, o Armazém tem sido ameaçado de despejo desde 2019 devido a uma disputa com a Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), que chegou a trancar com cadeado os portões do armazém, impedindo a entrada dos trabalhadores.
Estes conflitos têm se intensificado em meio à revitalização do porto (o Projeto Porto Maravilha), que aumentou o interesse de grandes empresas na região, como a arrendatária Pier Mauá. Ademais, o governo municipal vem impulsionando projetos objetivando a criação de uma espécie de “Vale do Silício” carioca – o chamado “Porto Maravalley” –, que buscam o investimento de capital imperialista em tecnologia de ponta no porto.
Em março de 2022, após pressão de ativistas de cultura e da comunidade, foi sancionada a Lei Complementar Nº 246, garantindo o uso restrito do armazém e dos anexos para atividades culturais e sociais.
A ameaça de despejo ocorre às vésperas da estreia da temporada de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, que se dará no dia 06/05.
A nota completa pode ser lida abaixo.
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