Manifestantes antifascistas e ativistas revolucionários protestam em frente ao Carrefour, em Niterói. Foto: Comitê de Apoio de Niterói/RJ
No dia 22 de novembro, próximo ao complexo da Coruja, em São Gonçalo, dezenas de pessoas compareceram à manifestação em frente ao supermercado Carrefour para expor sua revolta e indignação diante de mais um crime cometido contra o povo preto e pobre, como foi o caso do assassinato de João Alberto, espancado e assassinado numa unidade da empresa no Rio Grande do Sul.
Palavras de ordem como: Justiça já! Justiça já! Ser preto não é crime! Vocês vão nos pagar! e Chega de chacina! Polícia Assassina! foram entoados ao longo de toda a manifestação que foi marcada pelo grande contingente de policiais militares (PMs) como os da Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom), e até mesmo um carro da Polícia Federal Rodoviária (PRF). Todos os elementos da repressão estavam ostensivamente armados como forma de intimidação à justa luta das massas, que denunciavam os crimes bárbaros que nunca deixaram de ser cometidos em nenhum governo de turno, seja ele de direita ou dito de “esquerda”.
O brutal assassinato de João Alberto numa unidade da multinacional francesa no Rio Grande do Sul, longe de ser um caso isolado, expõe o racismo enraizado em nossa sociedade reacionária, provando que a canetada com a qual se deu a “abolição” da escravatura em nada alterou a situação de miséria e exploração do povo preto.
Apesar da paupérrima condição que é submetida a população da região, os propagandistas do circo eleitoral, mais uma vez, aproveitaram a ocasião para reafirmar sua fiel e cabal obediência à ordem estabelecida. Transformaram a manifestação em um grande palanque eleitoral, e gastaram suas falas em agregados de palavras mortas que mascaram a sua derrota eleitoral.
Porém os revolucionários presentes marcaram a posição da luta e exaltação as ações combativas das massas em meio ao cenário de crise, assim como a posição do boicote eleitoral como verdadeira posição dos revolucionários diante da situação política.
Em frente ao Carrefour na cidade de São Gonçalo RJ, manifestante denuncia o caráter racista do velho Estado e conclama massas a lutar combativamente por justiça e seus direitos#justicaporbeto #Carrefour #JoaoAlbertoSilveiraFreitas pic.twitter.com/mk0aKvaZTb
— A Nova Democracia (@jornaland) November 26, 2020
No Rio de Janeiro, apenas no primeiro turno, como noticiou o AND na matéria Os números do primeiro turno da atual farsa eleitoral e no editorial Eleições 2020: os estertores de um sistema político putrefato, o boicote sobrepassou 45%. As siglas do revisionismo e do oportunismo estão na época de seu velório eleitoral, e por isso, imploram pelas migalhas e pela vida dentro desse Estado com seus discursos identitários.
Manifestantes vão até ao Carrefour para protestar contra a brutal execução de João Alberto. Foto: Comitê de Apoio de Niterói/RJ
O preparo de guerra e belicosidade não foi, portanto, surpresa para ninguém. A PM de São Gonçalo é conhecida pela sua prática de impor às massas populares sua ordem através da mais vil agressão e brutalidade com constantes esculachos e revistas. Mas também demonstra o medo do Estado de que se exploda um grande levantamento popular, com combativas manifestações das massas, feitas com fogo, pedras e paus contra todas os representantes do velho Estado brasileiro. Eles temem escandalosamente, o que ocorreu em Porto Alegre e São Paulo, à justa resposta das massas, de combater violência reacionária com a violência revolucionária.