Na última quinta-feira (13/3), camponesas organizadas pelo coletivo feminino do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizaram uma jornada de protestos e ações na cidade de João Câmara (RN). As camponesas denunciam a inação do governo do Estado encabeçado por Fátima Bezerra (PT) frente ao avanço dos monopólios de energia eólica sobre as comunidades tradicionais da região.
Em uma das ações, camponesas realizaram um escracho na subestação João Câmara III, uma das maiores do estado e pertencente à Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf). Nas paredes, elas jogaram tinta vermelha e escreveram a palavra “crime”, denunciando de forma combativa a recente desapropriação de cerca de 500 famílias camponesas pela empresa em todo o estado do Rio Grande do Norte. Em outra ação, cerca de 500 famílias, após reunião, fecharam o cruzamento da BR-406 com a RN-120 sentido Parazinho (RN) em denúncia aos crimes ambientais do latifúndio e demandando o assentamento de 100 famílias na região do Baixo Assú.
Os crescentes avanços do latifúndio, em particular os monopólios energéticos eólicos do estado do Rio Grande do Norte, já são criticados há anos pelos camponeses e ativistas. As denúncias envolvem a desapropriação de terras secularmente de propriedade das famílias, além do barulho causado pelos aerogeradores, o aumento de temperatura causado pelo desmatamento e a instalação de painéis fotovoltaicos, todos estes levando a problemas de saúde e de produção para as terras camponesas.