Reproduzimos na íntegra a nota enviada à Redação de AND pelo Coletivo Estudantes do Povo, do Rio Grande do Norte, sobre o chamado Plano Mansueto. O texto foi publicado originalmente no blog do Coletivo no último dia 18 de outubro.
Abaixo o Plano Mansueto!
Um dos honráveis palcos de luta do nosso povo, tanto na gloriosa Insurreição de 1935 quanto nas combativas jornadas de junho e julho de 2013, o estado do Rio Grande do Norte conta hoje com uma desastrosa gestão privatista e antipovo no gerenciamento estadual, orquestrada pela oportunista Fátima Bezerra/PT.
Vale ressaltar que a esta gestão hoje no posto foi colocada por seus aliados na campanha da farsa eleitoral de 2018 como suposta frente de oposição ao governo Bolsonaro e logo após também ter superado em votos o candidato do “centrão”, o oligarca Henrique Eduardo Alvez (PMDB-RN). Todavia, aqueles que, inclusive, usaram as origens da Fátima (professora) para forjar uma fachada democrática, como era de se esperar, se enganaram. Isso se suas dirigências já não esperassem.
Diante de uma situação de crise pós Robinson Farias, a primeira decisão da governadora, foi pôr o executivo estadual alinhado ao plano econômico do Governo Federal denominado Plano Mansueto, que apesar de ainda em planejamento já conta com Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e o próprio Distrito Federal. Tal plano implica nos estados poderem aumentar o valor de empréstimos (públicos, privados e/ou de organismos internacionais) para quitação de dívidas caso apliquem um teto de gastos e proponham novas regras de reajuste salarial de servidores públicos. No caso do RN esse plano já está 70% posto em prática, sendo que como bom capacho de capital imperialista que é o velho estado, a servidão financeira “mais fácil” fora a de pedir empréstimo ao Banco Mundial, o qual propõe para o estado o farsante projeto “Governo Cidadão” que assegura 360 milhões em empréstimo do organismo internacional para a realização de projetos assistencialistas do governo do estado, o real significado de perfumar esterco, pois para todos os efeitos, o estado ainda ostenta uma renda per capita quase duas vezes menor que a do ano passado, com uma distribuição de renda desigual.
Fátima Bezerra, governadora do Rio Grande do Norte
Além de tudo, há também aplicações dessa verba na segurança pública, que carrega adesivos do Banco Mundial em seus camburões e a mais e mais intervêm violentamente nas comunidades de maneira criminosa, além de, segundo aliados a governadora, “garantir a segurança” em atos, com direito a um batalhão de choque na sede do PSL (que no município de Mossoró por exemplo faz oposição junto ao próprio PT estadual, chegando até a irem a eventos juntos) na rota dos atos, o que não passa de um grande estrangulamento das massas populares sob o apoio ianque. Essa “segurança” toda levou a, inclusive, a prisão de três menores de idade sob a acusação de terem depredado a sede do PSL (mesmo que testemunhas próximas tenham negado) algo noticiado ao jornal A Nova Democracia na edição do mês de maio.
A governadora em meio a isso pode até sugerir que todo esse assalto é necessário por o estado ter essa única opção para bancar sua falta de recursos, porém, mesmo com essa informação a governadora deixa pontas soltas. Exemplo disso é a existência de empresas e latifundiários que devem caro ao tesouro do estado, segundo a própria secretaria estadual de tributação. Apenas entre os maiores devedores, há um débito superior a 664 milhões, o suficiente para sanar quase 70% da dívida com salários atrasados.
Todos esses desastres não são fruto de uma oposição, nem de um governo de viés progressista, mas sim atos de uma oposição de pantufas, a qual, no fim das contas, se unem à reação para atacar os direitos do povo e reprimi-lo cada vez mais. Tal qual Flávio Dino/pecedobê, no Maranhão, que, na prática, governa com rigor e brutalidade idênticos ao dos milicos que tanto atacaram, sempre, é claro, a serviço do latifúndio e do capital estrangeiro. A situação do RN logo chegará aos demais estados dentro ou com intenção de participar do plano Mansueto e para isso todos os democráticos revolucionários devem se manter a postos.
Como nos ensina Lenin em seu monumental Que Fazer?, “sois livres não só de nos convidar, mas também de ir para onde melhor vos parecer, até para o pântano; até pensamos que o vosso verdadeiro lugar é precisamente o pântano e estamos dispostos a ajudar-vos, na medida das nossas forças, a mudar-vos para lá. Mas nesse caso largai-nos a mão, não vos agarreis a nós e não mancheis a grande palavra liberdade, porque nós também somos livres para ir para onde melhor nos parecer, livres para combater não só o pântano como aqueles que se desviam para o pântano!”.
Nem perdão, nem esquecimento para os traidores e renegados do povo!