DENÚNCIA: Decreto da morte assinado por prefeito em acordo com empresários expõe população potiguar a aglomerações no bairro comercial do Alecrim enquanto feirantes e camelôs seguem esquecidos
Médica de 71 anos é a sétima vítima fatal do Covid-19 no Rio Grande do Norte. Fonte: Site ‘Fim da Linha”
Ante a crise da Covid-19, o prefeito de Natal Álvaro Dias (PSDB) aprovou o que ganhou fama entre a população de “decreto da morte’”, uma medida que consistia em manter o comércio do bairro do Alecrim (centro comercial popular da capital) em funcionamento normal, tendo apenas regulação de entrada e saída pelos funcionários das lojas e horário reduzido.
Tal medida fora uma conciliação com a Associação dos Empresários de Bairro do Alecrim (AEBA) cujo objetivo era supostamente: “melhorar o rendimento do comércio durante a crise’’. O que foi visto de resultado com a prática da medida era no mínimo esperado: não só não houve o resultado desejado pelos empresários (que tiveram problemas quanto a atraso em abastecimento dos estoques) e as regulações de entrada e saída das lojas não foram suficientes para conter aglomerações (algo que a medida sequer levou em consideração para ser aprovada).
A posição asquerosa do prefeito tucano também mostra outra faceta do velho estado: nem mesmo quando se trata de uma questão essencial que é preservar a saúde e vida dos trabalhadores, estes são vistos pelo sistema, que, como sanguessuga, se alimenta da exploração do povo.
Isso é notável não apenas pelos próprios funcionários públicos e pela população (ambos envolvidos nessa casualidade), mas também pelos feirantes (tradicionais no bairro) e camelôs que seguem esquecidos e negligenciados pelo velho Estado dependendo de suas migalhas quando podem (ou às vezes nem isso), servindo de “objeto descartável coagido pelo medo”.
Ante a isso ou ao falso humanismo da governadora Fátima (PT) – que tirará do dinheiro público 37 milhões (mesmo também afirmando que o estado precisa entrar em programas do Banco Mundial por falta de dinheiro) para empresas terceirizadas construírem um hospital de campanha no estádio Arena das Dunas (enquanto os hospitais públicos do estado sofrem por falta de recursos para garantir a dignidade e saúde do trabalhador potiguar há séculos) -, só resta uma real alternativa para o trabalhador norteriograndensse: a luta independente e classista.
Tamanha é essa luta do povo que no passado do Rio Grande do Norte, resistindo às secas e à vida sofrida do sertão, se descarrilhavam na capital para formarem perto de onde o trem parava os primeiros casebres, deram origem a ocupação do próprio bairro do Alecrim como um todo. Esse marco jamais abandonará o povo trabalhador do Rio Grande do Norte, pois trata-se do motor da história.