RO: Após chacina, Força Nacional, PM e pistoleiros invadem área novamente

RO: Após chacina, Força Nacional, PM e pistoleiros invadem área novamente

Nos dias 2 e 3 de setembro, policiais da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) de Bolsonaro e seu governo de generais, da Polícia Militar (PM) do coronel Marcos Rocha, governador de Rondônia, invadiram a área Ademar Ferreira, em Nova Mutum Paraná. Empunhados com fuzis, os militares percorreram todas linhas, insultando e ameaçando homens, mulheres e crianças. 

Os camponeses relatam que ao menos 14 viaturas invadiram a área enquanto um helicóptero também sobrevoava o local. Casas foram incendiadas, pertences das famílias destruídos e motocicletas apreendidas, fato que os trabalhadores caracterizaram como “roubo a mão armada”. Desde o ataque e apreensões, as mesmas motocicletas passaram a ser usadas por pistoleiros em fazendas da região.

Temendo pela vida, muitos trabalhadores corriam e se escondiam nas matas ao receberem a ordem de parar. Eram então alvejados. Novamente vários camponeses, entre eles mulheres e crianças de colo,  passaram a noite na floresta para sobreviver.

Ao menos seis adultos e seis crianças foram presos pelos policiais, porém não chegaram a ir até uma delegacia, foram jogados em meio às ruas em Porto Velho. De acordo com denúncias, os policiais jogaram óleo diesel e sabão em pó visando dificultar o retorno das famílias aos lotes. Outras substâncias tóxicas foram despejadas nos poços d’água (que pode inclusive ter contaminado lençóis freáticos). 

Camponeses registram militares em meio a nova invasão da Área Ademar Campos. Foto: Jornal Resistência Camponesa

Chacina na Área Ademar Ferreira

No dia 13 de agosto, a área Ademar Ferreira foi invadida por militares da FNSP, e da PM pertencentes ao Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) e ao Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) que assassinaram covardemente três camponeses. Durante a invasão dos policiais, outros quatro trabalhadores foram presos e muitos desapareceram ou se refugiaram na mata.

O camponês Amarildo Aparecido Rodrigues, de 49 anos, e seu filho Amaral José Stoco Rodrigues, de 17, foram assassinados no lote em que moravam enquanto estavam trabalhando na roça. Kevin Fernando Holanda de Souza, de 21 anos, foi assassinado pelas costas com tiros vindos de um helicóptero da polícia que o perseguia.

Na ocasião da chacina a LCP declarou: “Repetimos uma vez mais, ninguém, nenhum terrorismo de Estado conseguirá parar a luta pela terra! O sangue não afoga a revolução, ao contrário, rega-a! Quem semeia vento, colhe tempestade. O que fazem é aumentar nosso ódio e disposição para lutar. Estamos fazendo as contas, e vamos cobrar. Vocês pagarão caro!”.

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