RO: Camponês da Área Tiago Campin dos Santos é executado; LCP denuncia pistolagem

RO: Camponês da Área Tiago Campin dos Santos é executado; LCP denuncia pistolagem

O camponês Patrick Gasparini Cardoso, conhecido como “Cacheado”, foi executado no dia 4 de janeiro, na fazenda Norbrasil. Patrick era morador da Área Tiago Campin dos Santos, organizada pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) e localizada no município de Nova Mutum-Paraná, em Rondônia (RO). Segundo a LCP, o crime foi perpetrado por forças policiais, arregimentadas como pistoleiras do latifundiário local.

O covarde ataque ocorreu no dia 4 de janeiro de 2023, na fazenda Norbrasil, pouco mais de um mês após a deflagração da operação “Lamassu”, que comprovou que “Galo Velho” mantinha um bando armado formado por policiais civis e militares para defender a fazenda e reprimir os camponeses em luta pela terra. O novo ataque perpetrado pelo latifúndio é, de acordo com nota da LCP da Amazônia Ocidental intitulada Policiais pistoleiros do “Galo Velho” assassinaram mais um morador da Área Tiago Campin dos Santos, publicada no portal Resistência Camponesa, prova de que “continua tudo da mesma forma, o bandido Galo Velho solto e seu bando armado atuando na região, apenas com outros policiais diferentes.”.

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ASSASSINATOS DE CAMPONESES OCORREM SOB COBERTURA DO CORONEL MARCOS ROCHA

O assassinato de “Cacheado” se soma a inúmeros outros crimes contra o povo perpetrados por grupos armados do latifúndio, que segundo a LCP, têm cobertura do governador de Rondônia, o coronel Marcos Rocha, e direção política das Forças Armadas reacionárias. O alvo é sempre o mesmo: os camponeses pobres de Rondônia, dentre eles os que hoje ocupam a Área Revolucionária Tiago Campin dos Santos.

Em outubro de 2021, os dirigente camponês Gedeon José Duque e o militante Rafael Gasparini Tedesco, da LCP, foram assassinados por comandos especiais da PM-RO durante uma operação militar intitulada “Nova Mutum”. A operação, servindo aos interesses dos latifundiários e do então presidente genocida Bolsonaro mobilizou um verdadeiro aparato de guerra, com mais de 3 mil tropas das forças policiais. Sob direção política das Forças Armadas reacionárias, as tropas policiais e de pistoleiros cercaram e tentaram despejar  as mais de 800 famílias da Área Tiago Campin dos Santos, que resistiram bravamente à repressão violenta e assassina do velho Estado de latifundiários e grandes burgueses. Segundo a LCP, a Operação foi derrotada pela mobilização das famílias, que seguem em suas terras.

Relembre: RESISTÊNCIA! Famílias resistem à tentativa de novo massacre no Tiago dos Santos, RO

Dois meses antes do assassinato de Gedeon e Rafael, no dia 13 de agosto de 2021, os camponeses Amarildo, Amaral e Kevin, foram covardemente assassinados enquanto trabalhavam em seu lote na área Ademar Ferreira, também em Nova Mutum-Paraná, área rural de Porto Velho. O crime foi perpetrado pelas mãos da Força Nacional de Segurança do genocida Bolsonaro e da PM assassina da marionete do latifúndio coronel Marcos Rocha.

LCP PROMETE VINGAR O SANGUE DOS CAMPONESES ASSASSINADOS

A LCP afirma que “esse é o modus operandi das polícias assassinas de Rondônia, e dos grupos armados do latifúndio quase sempre compostos por policiais” e que “o terror do latifúndio e do velho Estado não conseguirá parar a luta pela terra!”. Os camponeses prometem seguir firmes na luta pela conquista da terra pelos camponeses sem terra ou com pouca terra e pela destruição do latifúndio. “Estamos fazendo as contas e vocês vão pagar caro! Mais cedo que tarde virá o dia em que o campesinato se levantará aos milhões, varrerá com o latifúndio e cobrará os séculos de exploração, humilhação e violência cometidos contra nós! Quem viver, verá!”, conclui a LCP.

A nota na íntegra pode ser lida abaixo:


Policiais pistoleiros do “Galo Velho” assassinaram mais um morador da Área Tiago Campim dos Santos (panfleto)

Escrito por LCP de Rondônia e Amazônia Ocidental | Publicado 16 de janeiro de 2023

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Policial militar da reserva, denominado Raimundo, que teria sido baleado na perna

Nos últimos dias, foi noticiado que no dia 4 de janeiro de 2023 houve um tiroteio na região de Nova Mutum Paraná, distrito de Porto Velho, na fazenda Norbrasil, fazenda esta localizada dentro de terra pública da União grilada pelo latifundiário Antônio Martins dos Santos, o Galo Velho, famoso ladrão de terra. Em tais notícias repercutiram que um policial militar da reserva, chamado Raimundo, teria sido baleado na perna, e, pelo menos, outros dois policiais militares se embrenharam na mata e logo depois reapareceram em outro latifúndio vizinho a fazenda Santa Carmem, esta também terra pública da União grilada pela família Leite.

Em meio a diferentes versões e estórias mal contadas, com omissão de informações e outras desencontradas, o velho Estado e a imprensa a serviço do latifúndio se utilizam desses episódios para uma vez mais demonizar, criminalizar, reprimir e assassinar os camponeses da região. Em nenhum momento dizem exatamente o que esses policiais faziam ali. Ora, faziam o óbvio, o que sempre fizeram, pistolagem! Estavam ali para matar camponeses, para defender a grilagem e os desmandos dos latifundiários bandidos, assassinos e ladrões de terras públicas, principalmente o tal Galo Velho. Faz menos de dois meses (17 de novembro de 2022) que houve a operação do Ministério Público Federal de Rondônia, denominada “Lamassu” que tinha como alvo justamente o bandido do “Galo Velho” e seu irmão, que mantinham bando armado formado por policiais civis e militares nessas mesmas terras. E o que se vê agora é que continua tudo da mesma forma, o bandido Galo Velho solto e seu bando armado atuando na região, apenas com outros policiais diferentes.

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E o mais grave é que além de tratarem guaxebas e policiais pistoleiros, como “seguranças”, ocultam que esses mesmos bandidos, tratados como vítimas pelo velho Estado e pela imprensa a serviço do latifúndio, assassinaram no dia 4 um morador da Área Tiago Campim dos Santos, Patrick Gasparini Cardoso, conhecido como Cacheado, que era um dos moradores que estava desde o início na Área. Ele foi assassinado e jogaram seu corpo em outro local na tentativa de encobrir o crime cometido pelos policiais pistoleiros.

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Patrick Gasparini Cardoso, conhecido como Cacheado, era um dos moradores que estava desde o início na Área

Mas não há nada novo nisso, esse é o modus operandi das polícias assassinas de Rondônia, e dos grupos armados do latifúndio quase sempre compostos por policiais. Foram esses mesmos covardes que emboscaram, torturaram e assassinaram os Companheiros Gedeon e Rafael, lideranças da LCP. E da mesma forma assassinaram covardemente os Companheiros Amarildo, Amaral e Kevin, enquanto trabalhavam nas suas terras. Ademais de inúmeros outros crimes e assassinatos cometidos por policiais nos últimos anos contra os camponeses da região.

Tudo isso feito com a cobertura e direção direta do governador de Rondônia, marionete dos latifundiários, coronel Marcos Rocha, que enche a boca pra chamar os camponeses da região de criminosos, mas não diz uma palavra sobre seus próprios crimes, sobre os crimes da polícia sob seu comando, e os mais que conhecidos crimes dos latifundiários ladrões de terras públicas da União. Tudo o que faz é servir aos interesses do latifúndio incondicionalmente, mesmo que para isso tenha que cometer toda sorte de ilegalidades, como tem feito recorrentemente, cuja megaoperação “Nova Mutum”, derrotada pela resistência camponesa em 2021, é um exemplo maior disso, e de lá pra cá nunca deixou de incursionar nas Áreas e atacar os camponeses da região, e agora busca uma vez mais incrementar a repressão às Áreas camponesas na região.

Mas não cansamos de repetir, o terror do latifúndio e do velho Estado não conseguirá parar a luta pela terra! Seguiremos firmes na luta pela destruição do latifúndio e conquista da terra aos camponeses sem-terra ou com pouca terra! Estamos fazendo as contas e vocês vão pagar caro! Mais cedo que tarde virá o dia em que o campesinato se levantará aos milhões, varrerá com o latifúndio e cobrará os séculos de exploração, humilhação e violência cometidos contra nós! Quem viver, verá!

Honra e glória eternas aos companheiros(as) caídos na Luta Pela Terra!
Punição para os executores e mandantes dos assassinatos de lutadores do povo!
Fora das nossas Áreas, polícia guaxeba de latifúndio ladrão de terra da União!
As terras da Área Tiago Campim dos Santos são do povo!
Conquistar a terra! Destruir o latifúndio!

Viva a Revolução Agrária!

LCP – Liga dos Camponeses Pobres da Amazônia Ocidental

Foto de destaque: Patrick Gasparini Cardoso, conhecido como Cacheado, era um dos moradores que estava desde o início na Área Tiago Campin dos Santos. Foto: Reprodução

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