Reproduzimos denúncia enviada por camponeses de Rondônia.
Recebemos em nossa Redação a informação de que os camponeses do Acampamento Bacuri, localizado na Linha C-95, em Rio Crespo, Rondônia, foram vítimas de uma reintegração de posse no último dia 24 de novembro. Tal Acampamento abrangia três áreas onde residiam 66 famílias, sendo que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Terra Legal haviam prometido, desde 2013, destinar as áreas para assentamento.
No cumprimento de liminar de reintegração, a PM chegou no local acompanhada de um oficial de “justiça”. O Incra disse que, através da Ouvidoria Agrária, iria acompanhar a reintegração, mas não o fez. A reintegração era somente contra a área que pretensamente pertenceria ao latifundiário Paulo França, mas a PM colocou fogo em casas localizadas na área que teria como pretenso proprietário o latifundiário Dagmar.
Ocorreram agressões física e verbal contra o camponês Jailson, segundo informações prestadas pelos camponeses que estavam no local (aproximadamente 10 famílias estavam na área no momento). A PM xingou os camponeses de “vagabundos” e deu uma coronhada nas costas de Jailson, que não conseguiu identificar o agressor.
Os agentes, além de não deixaram os camponeses filmarem a ação covarde, incendiaram as casas, destruíram as roças com trator e não ofereceram transporte adequado para os animais, sendo que alguns deles morreram por serem transportados para outro local de forma inadequada.
Apesar de ter solicitado no processo o acompanhado da OAB, mas isso também não ocorreu, assim como a prefeitura e o Incra não foram notificados para destinar lugar para as famílias ficarem acampadas, estando as mesmas lançadas à própria sorte. Essa situação se arrasta desde 2013 e os órgãos responsáveis já poderiam ter resolvido a situação, de forma que as famílias que não têm para onde ir já disseram que voltarão para a área.