As famílias da Área Revolucionária Paulo Bento ocuparam a sede da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), em Mirante da Serra, no dia 26 de fevereiro.
A ocupação realizada pelos camponeses, organizados pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) de Rondônia e Amazônia Ocidental, foi motivada pela recusa do órgão estadual em expedir a Guia de Transporte Animal e a inscrição da ficha preenchida.
A ação organizada das massas camponesas forçou ao presidente da Idaron a se comprometer em expedir a abertura de fichas para as famílias da Área Revolucionária Paulo Bento que criam ou desejam criar gado em seus lotes de terra.
A Idaron é conhecida por dificultar a regularização da produção de gado para os pequenos proprietários de terra. No dia 7 de agosto do ano passado, os camponeses da Área Revolucionária Monte Verde ocuparam a Idaron de Monte Negro.
Formação da Área Revolucionária
A Área Revolucionária Paulo Bento, homenageia o camponês Paulo Sérgio Bento Oliveira, assassinado por policiais da polícia militar, especificamente do Grupamento de Operações Especiais (GOE) no dia 16 de maio do ano passado. Dias depois, seus companheiros organizaram a tomada de terras na linha 81. Os camponeses resistiram às intimidações da PM, realizaram o Corte Popular nos meses de julho e agosto e passaram a viver em seus lotes a partir de setembro.
As famílias camponesas da Área Paulo Bento já produzem milho, amendoim, mandioca, feijão, melancia, cana-de-açúcar, abóbora, pepino, quiabo, inhame, hortaliças, ovos, criam galinhas e porcos, e já veem crescer centenas de árvores frutíferas.