Manifestação camponesa em Corumbiara, 2015. Fonte: Resistência Camponesa.
No dia 5 de março, o jornal Resistência Camponesa noticiou em seu portal uma retomada da fazenda ZC, feita em dezembro de 2018 no município de Corumbiara, em Rondônia, local de importância simbólica e histórica para o movimento camponês brasileiro. Como o próprio jornal camponês coloca, “a fazenda em questão faz parte do complexo Seringal Santa Elina, palco do heroísmo de centenas de camponeses contra crimes hediondos cometidos por latifundiários, pistoleiros e policiais”.
A área tomada recebeu o nome de Manoel Ribeiro, camponês que tombou em meio à luta por conquistar seu direito à terra naquele mesmo complexo de fazendas durante a batalha de Santa Elina, em 1995.
O jornal relata que cerca de 50 famílias prepararam a tomada durante dois meses para “conquistar um pedaço de terra para viverem e trabalharem com dignidade”. Segundo a nota, a fazenda ZC “tem mais de 900 alqueires (2.023 ha) e, segundo os acampados, foi grilado pelos fazendeiros Zerfeso Marangoni e Rosane Klosinski Baioto Marangoni, de Vilhena”.
Camponês assassinado após retomada
Ainda segundo o jornal Resistência Camponesa, após a retomada, em janeiro de 2019, o camponês Gustavo José Simoura, acampado na área Manoel Ribeiro, foi assassinado e, segundo sua família, seu corpo foi encontrado com sinais de tortura.
O jornal também afirma que no dia 9 de janeiro de 2019 foi expedida a ordem de reintegração de posse que despejaria aquelas 50 famílias de suas terras em fevereiro desse ano. “Mas os latifundiários e seus agentes no velho Estado enganam-se pensando que com assassinato, despejos e perseguições pararão a luta pela terra.”, comenta o jornal sobre esse momento da luta camponesa em Corumbiara.
O combativo jornal camponês encerra sua nota afirmando que “as famílias do acampamento Manoel Ribeiro estão decididas e se organizando para retomar as terras, como parte da luta histórica pela retomada de todas as terras da antiga fazenda Santa Elina para os camponeses. Clamam por apoio a todos camponeses, trabalhadores da cidade e do campo, democratas e aproveitam para convidar toda família sem terra ou com pouca terra para se somarem a esta luta”.
O camponês Gustavo José Simoura numa atividade de homenagem ao companheiro José Pimenta em outubro de 2018. Fonte:Resistência Camponesa.