Reproduzimos abaixo notícia do Jornal Resistência Camponesa a respeito de intimidação policial promovida contra camponeses que chegavam ao novo Acampamento Manoel Ribeiro.
A polícia atacou um ônibus fretado por camponeses que se dirigia para o Acampamento Manoel Ribeiro, em Chupinguaia, dia 15 de setembro. O veículo, que partiu de Seringueiras (533 quilômetros (km) de Porto Velho) com dezenas famílias, por volta das 17 horas, foi parado duas vezes na estrada e obrigado a retornar ao município de origem escoltado por quatro viaturas.
Temendo o rápido crescimento do acampamento, que ganha mais força a cada dia, o ataque policial teve por objetivo impedir a chegada de mais camponeses às terras tomadas da antiga Fazenda Santa Elina.
Relatos afirmam que a primeira interceptação contra o ônibus ocorreu no posto da Polícia Rodoviária Federal, quando este atravessava o município de São Miguel do Guaporé, após percorrer quase 40 km de distância.
O veículo, que transportava apenas 30 pessoas, com o objetivo de garantir o distanciamento social e prevenir a transmissão do novo Coronavírus, foi parado pelos policiais e liberado somente após uma demorada revista.
Chegando em Rolim de Moura, 145 km a frente, o ônibus foi novamente parado e revistado. Desta vez, os policiais usaram 4 viaturas, exigiram que as famílias assinassem um documento e obrigaram todos a retornar ao local de origem, acompanhados pelos carros de polícia.
Os camponeses não se intimidaram com a perseguição da polícia e afirmam que irão conquistar seu direito de um jeito ou de outro. Se não deixam o ônibus chegar, irão de moto, de carro etc.
Apesar da perseguição promovida pela polícia contra o Acampamento Manoel Ribeiro e das mentiras da imprensa do latifúndio com objetivo de criminalizar a luta camponesa, a ocupação do latifúndio Nossa Senhora Aparecida avança cada dia mais.
Com quase um mês da tomada, o acampamento recebe todos os dias mais camponeses que querem conquistar seu pedaço de chão para viver e trabalhar.
Camponeses novos que chegam ao acampamento são recebidos e participam das decisões coletivas. Foto: Resistência Camponesa.