RO: Em reuniões, Secretaria de Educação intimida pais, mães e professores de crianças com necessidades especiais

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RO: Em reuniões, Secretaria de Educação intimida pais, mães e professores de crianças com necessidades especiais

A Secretaria Municipal de Educação (SEMED) realizou duas reuniões de “integração e alinhamento” com trabalhadores e trabalhadoras de Escolas Públicas e famílias atípicas, pais e mães de crianças com deficiências e transtornos globais do desenvolvimento. As reuniões envolveram ataques à laicidade do Estado, intimidação a trabalhadoras e famílias atípicas por parte da Diretora de Educação Especial e anúncio de precarização do atendimento aos alunos público-alvo da educação especial.

Na segunda-feira (3/2) a Prefeitura de Porto Velho através da SEMED realizou uma reunião com trabalhadores e trabalhadoras de escolas municipais em um dos templos da Igreja Assembleia de Deus. Na ocasião, quando uma professora levantou questionamentos acerca da Educação Especial, Vera Lúcia, a representante da SEMED respondeu-a com agressividade afirmando que não daria “palco” e que se quisesse falar com ela que fosse ao seu escritório.

Diretora de Educação Especial intimida famílias atípicas com ameaças e anuncia precarização do atendimento às crianças com deficiência

Na quarta-feira (4/2), a reunião marcada com início às 14h iniciou com atraso de cinquenta minutos, somente após a pressão das famílias que bradavam que se iniciasse. “Quando as mães começaram a exigir que a reunião começasse, a Diretora de Educação Especial, que estava conduzindo, ficou brava e começou a ameaçar algumas mães que estavam na frente, dizendo ‘eu te conheço, sabia que eu te conheço?’, informou um presente ao Correspondente Local de AND.

Em seguida, na tentativa de constranger e intimidar a massa presente, Vera Lúcia revelou que alguns vereadores não gostariam de participar da reunião porque os pais e mães tinham fama de “baderneiros” e “arruaceiros”. Revoltados, os presentes passaram a retrucar a Diretora. “Uma coisa que ficou na minha cabeça foi a Diretora usar uma oração de maneira oportunista para calar o público. Nunca tinha visto isso, foi uma coisa forte para mim. O povo bravo e ela iniciou uma oração pedindo que Deus acalmasse os corações dos presentes, como se fossem ‘Calem a boca’, entendeu?”, relatou o entrevistado.

“Programa Unidos pela Educação Inclusiva” é anúncio do aprofundamento da precarização da Educação Especial em Porto Velho

No dia 31 de janeiro, a SEMED institui o “Programa Unidos pela Educação Inclusiva”, que retira os professores efetivos do cargo de monitores e institui voluntariado com bolsa de R$60 para os “voluntários”. Assim, o trabalho de acompanhar o aluno público-alvo da Educação Especial nas atividades em sala, nas interações com o professor e os conteúdos poderá ser realizado por alunos do curso de Pedagogia, que não são especialistas na Educação Especial. O mesmo ocorre para cuidadores, que poderão candidatar-se às vagas possuindo apenas Ensino Médio.

Atualmente, o trabalho de Monitor é realizado por professores contratados, que realizam hora-extra em contraturno. Um trabalho, que já era precarizado, pois submetia professores a regimes de horas exaustivas, torna-se ainda mais, pois remunera os “voluntários” com valores irrisórios e não garante o suporte – pedagógico e de assistência – necessário para as crianças atípicas. 

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