Desde o dia 29 de outubro, estudantes do curso de Educação do Campo estão em greve de ocupação na Universidade Federal de Rondônia, no campus Rolim de Moura. Há mais de uma semana, os estudantes estão ocupando salas do bloco do curso onde denunciam o desmonte da licenciatura, do campus e mais amplamente da Universidade. Dentre as principais reivindicações dos acadêmicos estão o estabelecimento do Restaurante Universitário no campus Rolim de Moura, transporte e moradia universitária digna.
Para o Diretório Central dos Estudantes (DCE/UNIR) “essa ocupação é um ato de resistência legítima e necessária diante das condições indignas de moradia e permanência que os estudantes, vindos do campo, das águas e das florestas, enfrentam para cursar o ensino superior”.
Os estudantes de Educação do Campo são em sua maioria proveniente de famílias camponesas sem terra ou com pouca terra, incluindo famílias em luta pela terra, que vivem em assentamentos, além de estudantes indígenas, quilombolas, atingidos por barragem, seringueiros e seringueiras.
Dentre as denúncias, o DCE/UNIR expõe que “viver em uma casa doada, com beliches insuficientes, um banheiro para muitos, sem ventilação adequada, com fiação precária e colchões doados e desgastados, é um cenário que desrespeita o direito à educação e à dignidade humana”.
A resposta da Universidade é descaso e policiamento
Em resposta às mobilizações estudantis, a burocracia universitária tem de toda maneira tentado se ausentar da responsabilidade. Aos estudantes, se limitou a dar desculpas e buscou transferir sua responsabilidade, afirmando não ser de competência da universidade as condições de moradia dos estudantes.
Ainda, após serem obrigados nos sábado, dia 02, pela administração a desocupar o espaço ocupado sob intensa pressão, retornaram à ocupação no domingo, dia 03, e depararam-se com policiamento realizado pela Polícia Militar no campus e ainda encontraram seus cartazes e faixas arrancados. “Esta foi a segunda vez que houve uma intervenção policial enquanto os estudantes estavam no local – algo que nunca havia ocorrido antes da ocupação”, informou o DCE/UNIR.