Imagens: Mario Roberto Venere
Estudantes de Porto Velho, capital de Rondônia, realizaram um vigoroso protesto no centro da cidade, dia 6 de março.
O ato foi convocado pelo Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Rondônia (DCE/UNIR) e contou com a participação de dezenas de estudantes com faixas, cartazes e carro de som.
A manifestação se concentrou na Praça do Baú, região central, com agitação, palavras de ordem e a distribuição de cerca de 2 mil panfletos convocando a população para se somar às reivindicações, organizando-se em seus bairros e nas zonas mais afastadas da cidade.
Palavras de ordem sobre a questão do transporte foram entoadas como: “4,05 eu não pago não, se aumentar a passagem vai ter rebelião”, “ ô motorista bóra lutar, o seu salário o Sim tem que pagar” (em referência ao “Consórcio SIM”, reponsável pela administração do transporte público da região), “a nossa luta unificou, é estudante junto com trabalhador”.
Gritos de protesto contra a privatização da educação pública também puderam ser ouvidos: “É greve, é greve de educação, nem sucateamento nem privatização”.
As intervenções no microfone fizeram ampla denúncia dos abusos cometidos pelo Consórcio SIM com a conivência declarada da Prefeitura e da secretaria de trânsito (o secretário é coronel da PM).
O protesto bloqueou o trânsito em vários momentos durante o trajeto percorrido pelos estudantes. Os trabalhadores, motoristas e cobradores manifestaram seu apoio buzinando para os estudantes durante praticamente toda a manifestação.
Aproveitando a posse do novo vice-reitor, os estudantes se dirigiram ao prédio da reitoria para denunciar também a posição privatista do empossado que insiste em apoiar o “Programa Future-se”. Os estudantes fizeram uma grande agitação na sede da administração superior surpreendendo os bajuladores dos ocupantes do cargo superior da universidade. Após muita combatividade, o protesto foi encerrado na frente da Prefeitura com a agenda de nas próximas semanas aumentar a mobilização para a Greve Geral da educação no dia 18 de março.
HISTÓRICO DO TRANSPORTE PÚBLICO
Desde o ano passado o caos no transporte coletivo tem tirado o sossego dos trabalhadores, inclusive com diversas paralisações do serviço.
O Consórcio SIM que atualmente tem a concessão do serviço de transporte urbano não cumpre praticamente nada do contrato. Os ônibus esão completamente sucateados com inúmeras denúncias de veículos que ficam sem combustível ou que simplesmente param de funcionar no meio de um trajeto.
Essas reclamações são encaminhadas a Prefeitura de Hildon Chaves (PSDB) que geralmente finge que não tem nenhuma culpa no problema e empurra a questão pra Secretaria de Trânsito que, por sua vez, empurra para a responsabilidade para o Consórcio SIM. Esta mesma empresa sequer tem cumprido com suas obrigações trabalhistas e está há quase três meses sem pagar os salários de cobradores e motoristas. Por conta disso, esses trabalhadores iniciaram o ano de 2020 com greve para exigir seus direitos.
Para completar a indignação geral da população, nesta semana uma empresa de São Paulo venceu o processo licitatório para operação de transporte de passageiros no perímetro urbano com a tarifa de R$ 4,05. Atualmente a passagem custa 3,80 uma das mais caras do país.