Dezenas de indígenas da etnia Karatiana, Karipuna e Kassupa, realizaram protestos contra a precarização da assistência médica às famílias indígenas promovida pelo velho Estado. As manifestações ocorreram em frente a Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai), localizada na capital Porto Velho no estado de Rondônia. O primeiro protesto teve início no dia 1 de abril.
Segundo denúncias dos indígenas, no polo de atendimento médico da Casai faltam profissionais para realizar o atendimento médico e nos atendimentos diários faltam plantonista e técnico de enfermagem. Os manifestantes também relataram a falta de medicamentos na unidade.
Os indígenas constatam a preocupação dos pacientes que dependem de tratamento oncológicos e atendimento constante e especializado. Entre as reivindicações das comunidades está a readmissão da funcionária da saúde que trabalhou por cerca de 11 anos e atendimento às aldeias.
Diante da resistência dos indígenas em protesto, um representante do velho Estado afirmou que até o dia 06/04 às exigências e pautas reivindicadas pelas comunidades indígenas seriam “estudadas” e posteriormente atendidas.
A promessa não foi cumprida. No dia 11/04, às comunidades indígenas unidas na luta pelo direito ao serviço de saúde, voltaram a se manifestar na frente da sede da Casai, exigindo que as reivindicações sejam atendidas.
O polo da Casai em Porto Velho é responsável em atender 350 indígenas de oito povos diferentes. Entre eles estão o povo Karitiana que fica localizado em uma área a 100 km de Porto Velho e havia sido considerada pelo antropólogo Darcy Ribeiro extinto em 1957.
Povos indígenas se unem em Porto Velho contra precarização da saúde pública. Foto: Reprodução
Abandonados à própria sorte, povos indígenas lutam pelo direito à saúde
No ano de 2019, os povos indígenas protestaram contra a decisão efetivada sob a gerência Jair Bolsonaro pela municipalização da saúde indígena. Segundo lideranças, essa decisão afeta diretamente o atendimento nas comunidades, visto que a maioria dos municípios não têm condições de subsidiar nem de garantir o atendimento à saúde aos indígenas.
A situação da saúde indígena agravou-se ainda mais recentemente desde o início do governo reacionário de Bolsonaro e generais, que aprofundou o genocídio dos povos indígenas durante a pandemia da Covid-19.