Cerca de 200 camponeses, incluindo mulheres e crianças, se revoltaram, invadiram e ameaçaram incendiar uma base da Secretária de Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) no município de Guajará-Mirim, Rondônia, no dia 22 de janeiro, segundo noticiado pelo monopólio de imprensa G1. O povo exigia o fim da perseguição do órgão que, segundo eles, estão utilizando-se da fiscalização para apreender motos e pertence das famílias. Nenhum manifestante foi preso.
Durante a invasão, os policiais militares que faziam a segurança da base foram rendidos pelos camponeses, que estavam armados com revólveres e coquetéis molotov. Segundo os mesmos policiais, haviam também pessoas em pontos na floresta ao redor da base vigiando qualquer aproximação no entorno durante a revolta, demonstrando certo nível de organização do povo. Além da derrubada da cerca da base e da rendição dos policiais, pneus de viaturas foram também furados durante o protesto.
Segundo o monopólio de imprensa, uma comunidade de camponeses posseiros foi a protagonista da revolta. Eles estão sendo criminalizados por viverem e tirarem seu sustento numa chamada “região de proteção ambiental”.
Como temos denunciado faz alguns meses, os órgãos ambientais em Rondônia e outros estados do Brasil, em particular na região da Amazônia, têm agido contra os posseiros, pequenos e médios proprietários de terras a favor do latifúndio, principal responsável pela destruição dos ecossistemas brasileiros. Exemplo disso é a recente campanha de intimidação feita por Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) no acampamento Boa Esperança, na floresta Bom Futuro, que tem sido levada desde o fim de 2018 com perseguições, invasão de domicílios e ameaças de morte.