Camponeses do Assentamento Conquista, no município de Nova Mamoré (Rondônia) foram pela segunda vez despejados por uma reintegração de posse, no dia 15 de outubro, segundo nota da Comissão Pastoral da Terra (CPT) do estado.
De acordo com a CPT, a nova decisão judicial que partiu da 1ª Vara Genérica da Comarca de Buritis “autorizou ainda a destruição de todos os barracos e demais construções das famílias, assim como as plantações existente”. E ainda “criminaliza os agricultores e as agricultoras”, pois permite que a polícia enquadre qualquer camponês despejado como criminoso, seja homem, mulher ou criança.
O AND já denunciou no início de outubro a arbitrariedade da primeira reintegração de posse conduzida militarmente e seguindo estritamente as ordens do latifúndio. O acampamento Conquista contava até então com 39 famílias e rico cultivo, além de criação bovina e de outros animais, mesmo sendo alvo da pistolagem por cerca de um ano.
Durante o primeiro despejo, ocorrido no dia 26 de setembro de 2018, uma camponesa foi humilhada e parte das casas e da área cultivadas teriam sido destruídos. Os dirigentes camponeses então haviam reafirmado seu compromisso com a luta e reocuparam parte da área, que sofreu então o último despejo.
Apoiadores de AND afirmam que a área é disputada entre a empresa Rio Machado e políticos e advogados locais ligados ao latifúndio e que “representam” o espólio do empresário amazonense Isaac Benayon Sabá. Essa atual disputa jurídica por terras entre frações do latifúndio dá-se de maneira totalmente alheia aos camponesas que as ocupam e trabalham. Ainda segundo apoiadores a situação da área, do ponto de vista jurídico-técnico, caracteriza perfeitamente grilagem institucionalizada de terra pública.