RO: Omissão da Prefeitura de Porto Velho leva ribeirinhos à carestia em meio à seca do rio Madeira

Nesse contexto, as famílias têm sido obrigadas a beber água barrenta e contaminada por resíduos dos garimpos e agrotóxicos do latifúndio.

RO: Omissão da Prefeitura de Porto Velho leva ribeirinhos à carestia em meio à seca do rio Madeira

Nesse contexto, as famílias têm sido obrigadas a beber água barrenta e contaminada por resíduos dos garimpos e agrotóxicos do latifúndio.

De acordo com os dados do boletim de monitoramento hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB), o Rio Madeira, um dos mais importantes afluentes do Rio Amazonas, atingiu a menor cota desde 1967, quando começou a ser monitorado. A cota vinha sendo superada negativamente dia após dia desde julho deste ano e chegou, na segunda-feira, dia 23 de setembro, a 25 cm.

A seca extrema do rio prejudica principalmente indígenas e camponeses que vivem às margens dos rios. Os ribeirinhos, como tradicionalmente se identificam, denunciam desde agosto o abandono da Prefeitura do Município de Porto Velho e exigem benefício emergencial para auxiliar as populações em meio à crise hídrica, além de abastecimento com água potável. Foram necessárias sucessivas manifestações até a conquista de água potável.

Além disso, a escassez extrema no rio Madeira anuncia uma seca severa nos rios amazônicos, que já atinge o rio Solimões, o rio Negro e o rio Tapajós. Além de prejudicar o abastecimento das famílias ribeirinhas e indígenas, o escoamento da produção camponesa e a navegabilidade de balsas e barcos familiares também estão comprometidos na região devido à seca.

“O acesso à água potável ficou ainda mais difícil do que era. É preciso fazer longas caminhadas para achar uma fonte de água limpa, para beber ou para pegar do rio para limpeza”, relatou um morador da Comunidade Terra Firme ao Correspondente Local. Isso ocorre porque “a estiagem dizimou praticamente todos os igarapés, o que tem afetado diretamente a subsistência, pois o modo de viver ribeirinho está diretamente relacionado ao rio”.

De acordo com o ribeirinho, além da escassez de água potável, também falta “peixe para os ribeirinhos poderem pescar”, uma vez que “a pesca é uma fonte primária de alimento e renda para as famílias ribeirinhas, e a seca leva à escassez alimentar”.

Nesse contexto, as famílias têm sido obrigadas a beber água barrenta e contaminada por resíduos dos garimpos e agrotóxicos do latifúndio. A única solução apresentada até agosto havia sido a disponibilização de hipoclorito de sódio. Apenas três meses depois do início da seca, órgãos da prefeitura passaram a disponibilizar água potável, que foi doada. Não houve, contudo, nenhum avanço no pedido da população por um auxílio emergencial financeiro.

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