Um leitor do AND registrou pichações em Porto Velho com a inscrição “Abaixo a precarização e a privatização da educação! Contra a EAD e o Ensino Remoto! MEPR”. Recentemente a Universidade Federal de Rondônia (Unir), através de deliberação de seu Conselho Superior Acadêmico (Consea), aprovou o “Ensino Remoto”, mesmo com o questionamento e objeção por parte de Conselheiros Docentes e Discentes. O “Ensino Remoto” foi aprovado pela Resolução nº 253, do Consea, votado em 9 de setembro.
A crítica central levantada por entidades estudantis e professores, refere-se a questão da igualdade de condições para que os estudantes participassem das aulas, além da precarização do trabalho docente e do processo de privatização por meio da venda de “pacotes digitais” dos grandes monopólios da internet. Segundo o DCE/Unir, “É preciso compreender que cerca de 64% dos estudantes da UNIR vivem em condições de vulnerabilidade e necessitam da assistência estudantil para permanecer estudando. Contudo, em virtude das restrições orçamentárias e contingenciamentos, a universidade no último ano só conseguiu atender 40% dos aptos a receber o auxílio”. A denúncia feita pelo DCE/UNIR (NOTA DA DIRETORIA EXECUTIVA DO DCE/Unir: Sobre a implantação do “Ensino Remoto” e a EaD), de fato se confirmou. A Unir, por meio de um auxílio de pacotes de dados irá oferecer conectividade e chip e uma parcela de R$1.250,00 para aquisição de equipamento de informática para apenas 1.773 estudantes, recursos insuficientes se considerar que a maioria dos mais de 11 mil estudantes daquela universidade são de baixa renda.
Há ainda uma preocupação com a qualidade de oferta desse “Ensino Remoto”. Estudantes denunciam a tentativa, inclusive, de alguns professores descomprometidos com a Educação Pública, em oferecer conteúdo e aulas por meio apenas de postagem de vídeos disponíveis na internet ou através de conteúdos que seriam disponibilizados em pendrive com o deslocamento desses estudantes ao campus para buscar “o conteúdo das aulas”. Uma campanha de boicote ao “Ensino Remoto” está sendo organizada por Centros Acadêmicos, Diretórios Acadêmicos, DCE/Unir e Executivas de curso.
Educação básica em RONDÔNIA também tem precarização com “ensino remoto”
Segundo o Sindicato dos trabalhadores em Educação de Rondônia (Sintero) há “inúmeras denúncias dos professores estaduais, relacionadas ao grande volume de trabalho gerado em razão das aulas não-presenciais, implantadas pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), desde o mês de abril. Sem receberem equipamentos tecnológicos e qualquer tipo de treinamento ou suporte necessário para atuarem no meio digital, os docentes estão se desdobrando e, muitas vezes, trabalhando além de suas jornadas formais, para ofertarem uma educação de qualidade aos estudantes da Rede Pública de Ensino”. O sindicato também tem denunciado que “estão utilizando seus próprios materiais eletrônicos para atuarem no regime de ‘home office’, operando de forma intuitiva e improvisada nas plataformas, visto que não houve mínimo preparo para tal trabalho. Os profissionais também revelam que houve um aumento de despesas domésticas como a de energia elétrica, internet banda larga e/ou internet móvel. No entanto, não há reposição salarial para a categoria e nem houve interesse por parte do Governo em atualizar o Piso Salarial do Magistério”. Cresce a cada dia a revolta dos trabalhadores em educação contra o descaso do gerente estadual (Desorganização da Seduc gera sobrecarga de trabalho em relação às aulas virtuais)