Pistoleiros encapuzados e armados com peças de grosso calibre destruíram no dia 1° de agosto cerca de 10 casas do Acampamento Ipê, localizado em Machadinho D’Oeste, Rondônia, onde vivem cerca de 125 famílias. As informações são da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Os paramilitares estavam fadados com uniformes de uma empresa de segurança e uma camionete de escolta armada. A camionete ficou posicionada na entrada do acampamento, junto de pistoleiros fortemente armados. Enquanto esse grupo impedia a entrada de qualquer pessoa no acampamento, outros entraram para serrar as casas com motosserras, incendiar roças e pilhar mantimentos.
Não é o primeiro caso de violência contra os camponeses da área. Em outubro do ano passado a liderança José Carlos dos Santos foi morta com 31 tiros nas redondezas. A esposa de José ficou ferida e outros camponeses relatam ameaças de morte.
A polícia também tem participação na repressão, realizando prisões indevidas dos acampados.
Os camponeses denunciam ainda uma série de irregularidades na região. Eles exigem uma área de 3 mil alqueires para a reforma agrária e denunciam que grande parte do latifúndio, chamado de Fazenda Maroins e com mais de 10 mil alqueires no total, foi anexado ilegalmente por meio de grilagem.
Eles afirmam ainda que os latifundiários, herdeiros de João Carlos Gênio, estão envolvidos no desmatamento de mata nativa e que estão envolvidos no massacre de 9 camponeses no Assentamento de Taquaraçu do Norte, em Colniza (MT), de 2017.