RS: Agressões da Guarda Municipal contra ambulantes prosseguem na capital

RS: Agressões da Guarda Municipal contra ambulantes prosseguem na capital

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No ano de 2017 vendedores ambulantes de Porto Alegre se revoltaram contra arbitrariedades da Guarda Municipal. Foto: Joel Vargas / PMPA

Comitê de Apoio ao AND do Rio Grande do Sul

Um vídeo veiculado em redes sociais mostra uma ambulante de 70 anos, que vendia picolés, sendo algemada no chão pela Guarda Municipal de Porto Alegre, no dia 20 de janeiro.

No vídeo, a senhora, desesperada, gritava de dor falando que seu braço estava doendo, pedia por ajuda, dizia que tinha 70 anos e estava vendendo picolé para sustentar os filhos e que sua filha estava sozinha.

Esse não é o primeiro caso de violência e agressão contra os trabalhadores ambulantes em Porto Alegre.

No dia 6 de novembro, a Brigada Militar (BM) de Porto Alegre apreendeu o produto de dez vendedores ambulantes, depois de vistoriar bancas e barracas de frutas. Frente à atitude injusta da fiscalização, um grupo protestou virando containers e botando fogo em lixeiras. Um grupo de vendedores ambulantes bloquearam a avenida Salgado Filho com a Borges de Medeiros. Duas pessoas foram detidas por desacato e uma por ameaçar um cidadão que apoiava a repressão policial aos ambulantes.

Revoltados contra os desaforos promovidos pela BM, os ambulantes protestaram no dia 5 de dezembro, em plena quarta-feira, contra a apreensão de seus produtos e a violência utilizada para isso. Dentre as injustiças, os ambulantes, em sua maioria imigrantes senegalenses e haitianos, relatam agressões físicas e xingamentos por parte da reação.

A prefeitura, em conjunto de órgãos específicos de fiscalização do comércio têm trabalhado junto da BM na tentativa de cessar o comércio informal, única fonte de renda para centenas de trabalhadores desempregados.

O setor de fiscalização de ambulantes da secretaria divulgou que as ações deste tipo (que já foram realizadas na rodoviária e no centro da cidade) serão permanentes na área central e serão feitas quantas vezes forem necessárias para coibir o comércio de produtos irregulares na área central.

A Diretoria de Promoção Econômica informou que “a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic) procura regular e ordenar a ocupação do espaço das calçadas, de forma a garantir a livre circulação dos cidadãos, minimizando os incômodos gerados”. Entretanto, ao mesmo tempo que o comércio informal “geraria incômodo na livre circulação dos cidadãos.”, multidões de desempregados lotam a rua do centro histórico na frente do IFRS para concorrer às vagas de emprego, com setembro tendo sido o primeiro mês de 5 meses a ter um saldo positivo para o Estado em empregar mais trabalhadores que demitir.

Vídeo da senhora sendo agredida foi publicado pelo canal “Porto Alegre 24 Horas”:

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