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Indígenas que ocupavam áreas perto da rodoviária da cidade Santa Maria, após muito tempo de luta, conseguiram conquistar uma terra para si no interior da cidade. Entretanto, após a conquista da terra, no final do ano passado, a prefeitura, a Fundação NAcional do Índio (Funai) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) se retiraram das suas responsabilidades com os povos, e os indígenas lá se encontram há quase meio ano sem água encanada, energia elétrica e uma estrada decente.
Segundo os indígenas, todos ali têm que consumir água do poço artesiano de um vizinho e de uma nascente (que quando chove vem com barro), tomam banho e lavam as roupas no rio, não há banheiros e a estrada está em péssimas condições.
A prefeitura só entrou com o transporte dos objetos e móveis das famílias indígenas; todo o resto, incluindo a escola da área e as casas, foram construídas pela comunidade, e a parte do saneamento básico, que era responsabilidade da Sesai, ainda não foi feita.
Segundo um estudante indígena da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que denunciou o descaso das instituições para o jornal A Nova Democracia, o acordo inicial seria que os indígenas só seriam deslocados para a área uma vez que essa estivesse toda estruturada, ou pelo menos com saneamento básico e energia elétrica. Contudo, a prefeitura teria pressionado as famílias a se deslocarem para a área, impulsionada pelo interesse imobiliário pelos terrenos perto da rodoviária.
A demora para a conquista da terra, e agora, o desmazelo com os povos indígenas que lá se encontram, mostra a incompetência e desinteresse do velho Estado em suprir as necessidades da sua população.