O povo de Porto Alegre – participando junto de outras diversas cidades que tomaram as ruas do Brasil inteiro contra os cortes na educação – foi às ruas no último dia 15 de maio em proporções ao nível das Jornadas de Junho de 2013. O Comitê de Apoio ao Jornal A Nova Democracia de Porto Alegre acompanhou o povo gaúcho nesse ato, que começou com repressão durante a manhã, como já relatado pelo jornal.
Com um número de cinco apoiadores, foi distribuído um total de 300 panfletos intitulados “10 motivos para a Greve Geral”, do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de BH e Região (Marreta), e algumas edições antigas do jornal AND. As edições 222 foram vendidas e muitos que não tinham dinheiro na ocasião se comprometeram em visitar o sítio do jornal.
Tratando-se do ato em si, houve uma maciça participação do povo porto-alegrense, com alguns dirigentes alegando ter por volta de 50 a 70 mil manifestantes. O ato principal, que começou por volta das 14 horas, de maneira esparsa, passou por praticamente diversos pontos importantes da educação gaúcha no centro da cidade, como os campus do centro da UFRGS, o IFRS, UFCSPA e IE.
Por volta das 16 horas, os manifestantes decidiram fazer uma concentração na Esquina Democrática até as 17 horas, horário que saíram em direção a FACED da UFRGS.
Embora alguns dirigentes oportunistas tentassem chamar palavras de ordem com “Lula Livre!” de cima seu trio, era notável o silêncio da grande maioria presente. Por outro lado, ataques ao Bolsonaro e a Guedes, e mesmo ao capitalismo, em dado momento, tomavam conta do povo ali presente.
Vendedores de lojas, ambulantes e trabalhadores que passavam pelas ruas muitas vezes paravam e pediam nossos panfletos. Uma professora se juntou a nós, espontaneamente, para ajudar na divulgação dos panfletos, declarando que era “importante eles [os trabalhadores] terem consciência do que podem perder”. Em verdade, os panfletos só ecoavam um sentimento visível entre os presentes do ato, isto é, da necessidade de uma grande Greve Geral de Resistência Nacional.
Ao distribuir os panfletos, muitas concordavam com a mensagem de que apenas o povo na rua podia impedir o saqueamento da nação. Em dado momento, um apoiador foi entregar um panfleto a um trabalhador na parada de ônibus que, inicialmente, o recusou, acusando todos os políticos de corruptos. O apoiador, após concordar e conversar rapidamente com este trabalhador, explicando o papel fundamental do povo para impedir a roubalheira, acabou pegando o panfleto e guardando-o, com um sorriso no rosto.
Por fim, por mais que durante a manhã tivesse ocorrido um ataque covarde por parte dos policias militares, diversos estudantes que estavam ali presente desde o início permaneceram até o fim do evento. Após esse ataque, porém, não houve nenhum outra agressão da PM.
O ato principal encerrou-se em frente a FACED da UFRGS. Alguns estudantes, no entanto, seguiram trajeto até a Esquina Democrática, às 18 horas, finalmente se dispersando por volta das 19 horas.