No dia 17 de outubro, alunos, professores e apoiadores se reuniram em frente ao Palácio do Piratini, sede do poder executivo, que fica no centro de Porto Alegre, para protestar contra o fechamento da Escola Estadual Euclides da Cunha, que fica no bairro Menino Deus, na rua Barão do Cerro Largo.
Desde o dia 04/10, a escola vem sendo ameaçada pela Coordenadoria Regional de Educação, que deu 15 dias para que a escola fosse desocupada por causa do “risco apresentado pelo colapso de um muro”. O muro, porém, fica nos fundos da escola, longe das áreas frequentadas pelos alunos e não representando perigo à segurança de ninguém. Além disso, pode-se questionar do porquê da decisão de fechar a escola, em vez de tomar medidas como o isolamento da área e prevenção para o desabamento do muro, como reformas estruturais.
Após receber a notícia e serem obrigados a desocupar a escola de maneira cínica pelo estado, a comunidade escolar se mobilizou contra a ordem de despejo. Frente a mobilização da comunidade, o governo informou que não fecharia a escola neste ano, mas a comunidade ainda luta pela garantia de que a escola seguiria funcionando em 2024, e pedem mais financiamento para a instituição educacional.
O episódio é mais um exemplo do total descaso do velho estado com a educação pública. Em Porto Alegre, praticamente todas as escolas de ensino fundamental públicas estão abandonadas à própria sorte. Além do grave sucateamento estrutural das escolas, os direitos dos alunos têm sido gravemente atacados. Em agosto, o AND noticiou que cerca de 80 mil estudantes perderam o direito ao benefício do transporte escolar, o que resultou em grandes quantidades de alunos abandonando a escola.