No dia 15 de maio, a prefeitura de Pelotas reiterou o pedido de evacuação nas regiões consideradas como áreas de risco na cidade, devido a alta probabilidade de alagamentos nestes locais. Esse pedido ocorre em decorrência do aumento no nível das águas do canal São Gonçalo, que nesta noite atingiu a marca histórica de 2,89 metros, superando em um centímetro a cota de domingo, 12/05, e da enchente de 1941, a maior da história do estado antes dos últimos eventos.
Desde o início do aumento do nível das águas, já são mais de 700 pessoas desabrigadas, com aproximadamente 100 mil morando em áreas de risco.
As cheias na região sul do estado começaram no dia 05/05 devido à descida de um grande volume de água vindo de Porto Alegre para Lagoa dos Patos, que faz com que o canal da barra em Rio Grande não consiga dar vazão.
Assim como no ano passado e nas demais enchentes, as regiões mais afetadas de Pelotas são o bairro do Laranjal e a Colônia de pescadores Z3, somando, de acordo com dados da prefeitura, 293 pessoas (89 famílias) instaladas em abrigos. Além disso, as cheias na cidade levaram a suspensão das atividades escolares e acadêmicas. Na UFPel, por exemplo, as aulas foram suspensas até o dia 01/06.
Antes mesmo da chegada da água, a população de Pelotas já havia sido afetada pelas chuvas e falta de energia elétrica. No dia 9, após dois dias sem luz, moradores do bairro Dunas bloquearam as ruas e atearam fogo em barrigadas como forma de protesto contra os serviços prestados pela empresa CEEE Equatorial.
Desde a privatização da mesma, foi registrado uma piora considerável na qualidade do serviço em todo estado, quadro que se agravou com as constantes ondes de chuvas e ciclones que atingiram a região desde o ano de 2023.
Ao contrário do que querem fazer parecer os políticos reacionários do Velho Estado e os monopólios de imprensa (sendo o principal deles a filial da Rede Globo no RS/RBS), os altos volumes de chuva não são nenhuma novidade no estado, ao contrário, tendo os últimos ocorrido no ano passado. A diferença entre esses e o atual é sua proporção, sendo esse o maior da história em um curto período de tempo, superando as cheias de 1941.
Entretanto, o desastre no Rio Grande do Sul tem como responsáveis principais os diferentes prefeitos, governadores e presidentes que deram sequência à política de desmonte dos serviços públicos, impossibilitando uma atuação adequada nesse tipo de situação. No ano de 2024, por exemplo, o governador Eduardo Leite destinou apenas 50 mil reais para Defesa Civil.