Na manhã do dia 5 de Junho, policiais militares invadiram o Condomínio Popular Princesa Isabel e derrubaram os portões do condomínio, aterrorizando os moradores em uma rotineira operação de violência contra o povo. Além de levar embora os portões, os policiais arrombaram a porta de um apartamento e ameaçaram duas moradoras com suas armas. A intenção da polícia é clara, facilitar o acesso para dentro do condomínio para levar a cabo cada vez mais torturas e assassinatos, como o fizeram com o trabalhador Vladimir Abreu de Oliveira, sequestrado, torturado e assassinado pela Brigada Militar na noite do dia 17 de Maio.
A onda de violência contra os moradores do condomínio se intensificou após um grande protesto motivado pelo assasinato de Vladimir, onde dois ônibus foram incendiados pelos moradores. Em resposta a justa demonstração, a Brigada Militar vem realizando invasões recorrentes ao condomínio, torturando e ameaçando os moradores como punição pelo protesto, além da perseguição sistemática dos familiares das vítimas.
Os monopólios de imprensa seguiram junto, fazendo coro com a Brigada Militar e empurrando a narrativa de que o condomínio abriga ‘apenas bandidos e traficantes’. No dia 3 de junho, a Brigada Militar invadiu o condomínio e prendeu quatro familiares de Vladimir, acusados de terem incendiado dois ônibus durante protesto em maio.
‘Ajuda para a Enchente’ foi desculpa para reprimir o povo
Por seus veículos de imprensa, o governo federal faz grande coro sobre a quantidade de tropas enviadas ao Rio Grande do Sul, mais de 1.500 agentes da Força Nacional e centenas de policiais militares de outros estados, principalmente São Paulo, Santa Catarina e Paraná, foram enviados ao Rio Grande do Sul supostamente para auxiliar os esforços de salvamento e apoio às vítimas das enchentes. A verdadeira intenção do governo federal é reprimir as massas do estado, aplicando sua política de criminalização da pobreza e desencadeando sua fúria reacionária principalmente contra as massas organizadas. Na repressão contra a manifestação dos moradores do condomínio Princesa Isabel, foram policiais de São Paulo e Santa Catarina que estavam presentes.
Tudo isso é sintoma do aprofundamento da guerra reacionária contra o povo, que enxerga no Rio Grande do Sul abalado pelas enchentes um laboratório para aplicar novas políticas de repressão e censura às massas.