Camponeses dos bairros Morro Redondo e Capão do Leão, no sul do Rio Grande do Sul, denunciaram no dia 29 de julho ao AND que ainda estão sem energia após o ciclone extratropical que atingiu o estado neste mês. Revoltados com a situação, cerca de 50 camponeses moradores de ambos os bairros bloquearam os dois sentidos do quilômetro 31 da BR-293 no dia 22 de julho. Os camponeses responsabilizam a empresa de distribuição de energia Companhia Estadual de Energia Elétrica Equatorial (CEEE), antiga estatal comprada pela Equatorial Energia em março de 2021.
Após o protesto combativo, a Equatorial foi obrigada a enviar uma caminhonete para realizar o conserto da linha. Uma vez no local, a equipe técnica da empresa teria dito que não sabia estimar o prazo de conclusão dos trabalhos, motivando novo bloqueio da BR-293, às 23h do mesmo dia.
A CEEE Equatorial, através de seu presidente Raimundo Bastos, prometeu aos camponeses que a energia elétrica voltaria até o dia 23/07. Ainda assim, moradores da comunidade Capela da Buena, em Capão do Leão, denunciaram ao AND que estão sem energia até hoje (29/07).
Massas exigem direitos em meio às consequências do ciclone
Durante todo o mês de julho, as massas protestaram contra os ataques aos seus direitos promovidos por empresas monopolistas e os governos do velho Estado, que não resolveram as mínimas necessidades dos afetados pelo ciclone. Nos dias 15/07 e 16/07, em Rio Grande, ao sul do estado, moradores bloquearam a BR-392 com pneus, galhos e móveis incendiados exigindo o retorno da energia elétrica. Bloqueios também foram realizados na estrada Roberto Socoowski e na Ponte dos Franceses. Em Pelotas, também no sul do estado, moradores fecharam com cavaletes a avenida Juscelino Kubitschek na altura da rua Urbano Garcia, no Centro da cidade, e atearam fogo em galhos secos na manhã do dia 17/07. No dia 18/07, em Porto Alegre, capital, moradores realizaram um bloqueio de rua no bairro Camaquã.
O Grupo Equatorial também foi amplamente denunciado pelas massas. Como denunciado por AND, a Equatorial tem, entre seus acionistas, a Squadra Investimentos (investigada pela Comissão de Valores Mobiliários em operações de compra e venda de empresas), o banco Opportunity (fundado por Daniel Dantas), o fundo de pensão canadense CPPIB e o empresário Jorge Paulo Lemann, magnata dono da Ambev e responsável pelo escândalo envolvendo as lojas Americanas.