RS: Candidatos usaram esquemas fraudulentos durante as eleições municipais em Riozinho

O esquema consistia em subornar trabalhadores necessitados que moravam em cidades próximas do município, para transferirem seus domicílios eleitorais para angariar votos aos políticos envolvidos
Foto: Alex Soares/ A Nova Democracia

RS: Candidatos usaram esquemas fraudulentos durante as eleições municipais em Riozinho

O esquema consistia em subornar trabalhadores necessitados que moravam em cidades próximas do município, para transferirem seus domicílios eleitorais para angariar votos aos políticos envolvidos

O grupo de investigação GDI, ligado ao monopólio de imprensa RBS, entrevistou trabalhadores residentes de cidades próximas do município de Riozinho, que alegaram ser aliciados financeiramente por políticos que estavam concorrendo às eleições municipais de Riozinho. A farsa foi identificada ao notar-se que havia mais eleitores do que moradores no município, sendo 4.473 habitantes de Riozinho e 4.573 eleitores. O município em questão teve um aumento de 14% no número de eleitores entre os pleitos de 2020 e 2024.

O esquema consistia em oferecer dinheiro para aqueles que transferissem seu domicílio eleitoral para o município. Como relatou anonimamente uma trabalhadora da indústria calçadista ao monopólio de imprensa RBS:

“Perguntaram porque eu não votava em Riozinho… aí eu disse que não conhecia ninguém em Riozinho(…)”  “Disseram que, de repente, se tu ganhasse um dinheiro bom aí… para transferir teus votos, tu não fazia pra nós? E eu né, naquela época, sou humilde né. Transferi meu título pra Riozinho” “Fomos lá votamos…e quando entramos na van, daí eles pagaram meu valor.”

Outra eleitora de Riozinho relatou também anonimamente ao monopólio de imprensa RBS, que ela e mais 5 familiares foram aliciados a votar em um candidato a prefeito.

“Ofereceram cesta básica, ofereceram mundos e fundos pra mim votar. Aí eles encontraram minhas irmãs, até tinha uma que tava tomando remédio. Ofereceram remédio também. Deram remédio pro meu filho. Dinheiro eu não tinha pedido, aí ele pegou e deu dinheiro também(…)” “Eles transferiram os votos delas pra cá… e eles foram bem insistentes”

Os candidatos, a fim de usurpar capital político através da coerção, aproveitaram-se da carestia existente na vida dos trabalhadores. Os sintomas da farsa cada vez mais se escancaram, casos de corrupção como este se expressaram em todo o país. Apenas quatro meses depois das eleições, 22 prefeitos eleitos no ano passado já foram barrados pela justiça de tomar posse do cargo, um deles sendo o caso do prefeito de Santa Quitéria (CE), José Braga Barrozo (PSB), que foi preso horas antes da cerimônia de posse da prefeitura.

O AND já denunciou diversos casos relacionados a farsa eleitoral, como o recente caso de nepotismo em Pelotas onde um vereador foi acusado de destinar uma emenda de R$ 625,7 mil à entidade ligada ao irmão e o caso do prefeito de Parobé que firmou acordo com uma facção criminosa para ser eleito.

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