Foto: Francisco Marshall
No último 7 de setembro, dia da “independência” do Brasil – que, anualmente, é marcado por desfiles dos aparatos de repressão do velho Estado semicolonial brasileiro -, tropas do Exército reacionário montaram um aparato de guerra para cercar o Monumento ao Expedicionário, no Parque da Redenção, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
O fato chamou a atenção das pessoas que estavam na região, particularmente as que participariam das tradicionais manifestações populares que ocorrem nesta data. Elas denunciaram que aquilo tratava-se de uma demonstração de força na tentativa de intimidar a população que foi para as ruas exercitar seu direito de manifestação.
De toda a história do Exército reacionário do genocida Duque de Caxias, o único episódio que é lembrado com júbilo pelos progressistas é a campanha da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália, na qual mais de 400 brasileiros verteram seu sangue na gloriosa luta contra o nazifascismo. Vale ressaltar que a grande campanha popular para a criação da FEB foi também uma iniciativa dos comunistas e da esquerda em geral, sendo que muitos militantes comunistas embarcaram para a Itália.
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Uma das vozes que denunciaram o cerco do Exército ao Monumento ao Expedicionário em Porto Alegre foi o professor Francisco Marshall, que, em rede social, publicou uma carta aberta aos comandantes da 3ª Região Militar do Exército e da Brigada Militar.
“Por que os Srs. enviaram força militar, incluindo PE e tropa de choque, em 07/09/2019, dia da pátria, para o local em que cidadãos brasileiros foram celebrar a data nacional e exercer seu civismo patriótico? O Monumento ao Expedicionário, no Parque da Redenção, em Porto Alegre, é ponto de encontro desta cidade, e para lá dirigiram-se docentes, estudantes e concidadãos que defendem educação, ciência e cultura. Que defendem esse país, seu passado e seu futuro”, protestou.
“As imagens da logística e da presença das tropas em torno do monumento, ademais, evidenciam cena impropriamente agressiva. Parecem cena de filme em alguma republiqueta submetida a golpe e ditadura”, dispara Francisco Marshall, e prossegue: “Esta cena é completamente imprópria, desnecessária, inconveniente”.
Foto: Francisco Marshall