Neste domingo, dia 6, com o fim do primeiro turno da farsa eleitoral, mais uma vez se revela a imensa massa do povo insatisfeita com as “alternativas” propostas pelos candidatos à gestão do velho Estado e descrente com a velha democracia burguesa. De acordo com os dados oficiais do TSE, em Pelotas, 60.500 pessoas se abstiveram de votar, juntamente com 7.147 votos nulos e 8.139 em branco. Na cidade vizinha, Rio Grande, o número de abstenções alcançou um terço do eleitorado.
Além disso, o segundo turno de Pelotas ficou definido entre o demagogo de extrema-direita, Marciano Perondi (PL) contra o representante da falsa esquerda, Fernando Marroni (PT). Com isso, o candidato da situação, Fernando Estima (PSDB), apesar de contar com apoio da máquina pública, ficou fora da disputa, pondo fim a 12 anos de gestão tucana na cidade.
O resultado eleitoral não surpreende a população, já que é consequência do profundo descaso em que a cidade se encontra nos últimos anos. Dentre as heranças deixadas pela gestão psdbista, encontram-se denúncias sobre supostos casos de desvio de verbas em postos de saúde, a completa falta de estrutura nas ruas sem pavimentação e os alagamentos constantes em períodos de chuva.
Frente a isso, oportunistas tentam utilizar da revolta do povo como instrumento para ganhar cargos e alavancar suas carreiras, seja através de apelos abstratos por “mudança” como faz o bolsonarista Perondi (que já demonstrou não conhecer a cidade ao afirmar que “Pelotas não alaga”), seja através dos velhos métodos eleitoreiros de prometer os céus às massas, como faz Marroni ao se apegar aos investimentos vindos do governo federal.
Cabe, portanto, aos democratas e progressistas consequentes hastear alto a bandeira do boicote eleitoral, da luta popular independente e denunciar os crimes do velho Estado. Demonstrar, assim, que a real transformação não virá de promessas vazias ou de chantagem eleitoral pelo “menos pior”.