No dia 3 de julho, indígenas bloquearam diversas rodovias no norte do Rio Grande do Sul e no oeste Catarinense, as rodovias BR-285 no trecho que liga Passo Fundo e Lagoa Vermelha, na BR-386 entre Iraí e Palmitos e SC-480 entre Chapecó e Porto Goio-Ên, em Santa Catarina. Os protestos exigiam a demarcação de terras, criticam as medidas antipovo do Marco Temporal, assim como o repasse bilionário ao agronegócio por parte da gestão de Luiz Inácio.
As mobilizações ocorrem em um contexto de aprofundamento da reação contra a luta dos povos indígenas e a luta pela terra em geral. A lei 14.701/23, o “Marco Temporal”, que fixa que terras destinadas para a demarcação só podem incluir as que já estavam ocupadas por indígenas em 1988. Com lei ou sem lei, as invasões de terras indígenas pelos bandos do latifúndio, com apoio tático, moral e militar das policiais militares, ainda ocorrem, mas a lei demonstra o apoio direto que o velho estado dá à repressão da luta pela terra.
Em entrevista ao monopólio de imprensa GZH, sucursal da Rede Globo, uma das lideranças indígenas afirmou: “O projeto tem um ideal genocida dentro. Não queremos que mexam com a nossa casa.”. As diversas manifestações demonstram a agudização da luta pela terra, demonstrando que os povos indígenas e suas lideranças não dobraram o joelho diante do Marco Temporal, e vão enfrentar resolutamente qualquer ataque do velho Estado.