População de Montenegro protesta contra assassinato do jovem. Foto: Jornal Ibiá
Na madrugada do dia 10 de janeiro, Marcelo Júnior dos Santos Teixeira, jovem trabalhador de 18 anos, foi assassinado por policiais da Brigada Militar de Montenegro, na região metropolitana de Porto Alegre. Marcelo estava na carona da moto com um amigo quando recebeu os disparos. Nos dias seguintes, uma gravação do ocorrido circulou nas redes sociais, contradizendo a versão da polícia de que os jovens carregavam drogas. O ocorrido gerou ampla indignação entre os moradores da cidade.
Marcelo Júnior havia saído com o amigo para comprar refrigerante, quando foram surpreendidos pela Brigada numa operação noturna. Seu amigo, também de dezoito anos, nervoso por não possuir carteira de habilitação, tentou escapar da abordagem dos policiais. Eles perseguiram os jovens com uma viatura e os cercaram já perto da moradia de Marcelo, com uma segunda viatura à frente, de faróis ligados. Quando o jovem tentou desviar da viatura, uma policial disparou contra Marcelo, que veio a óbito após ser socorrido no hospital.
A Brigada Militar, de prontidão, justificou afirmando que os jovens estavam envolvidos com tráfico de drogas. Uma foto divulgada pela Polícia Civil mostra uma mochila preta com pacotes de maconha e crack, que eles dizem ter encontrado junto aos rapazes. Também narraram que a moto havia partido para cima da policial, que “agira em legítima defesa” disparando no carona.
Após isso, no entanto, um vídeo do ocorrido circulou pelas redes sociais, mostrando o momento exato dos disparos. Vê-se no vídeo que os jovens não portavam mochila alguma, apenas o refrigerante. Além disso, nenhum dos jovens possuía antecedentes policiais.
No dia 12/01, após a divulgação do vídeo, a população marchou às centenas pelo centro da cidade exigindo justiça. Pela rua principal, os manifestantes, ao lado de familiares e amigos de Marcelo, pressionaram as “autoridades” da cidade. Indignados, eles entoaram palavras de ordem como Justiça para Marcelinho! enquanto carregavam cartazes e balões de luto.
O caso também gerou uma enorme comoção e revolta nas redes sociais, onde os moradores da cidade prestaram outras queixas ao caráter arbitrário e reacionário da polícia montenegrina. Os familiares de Marcelo, diante dos covardes ataques à sua imagem promovidos pela grande mídia local e pelos reacionários, rebateram as acusações genéricas que associavam o jovem ao tráfico de drogas. Junto de amigos e conhecidos, usaram as plataformas virtuais para esclarecer que Marcelo nunca esteve envolvido com drogas, que era um jovem trabalhador de família.