No dia 4 de dezembro, mais de 300 operários foram demitidos em menos de uma semana no Rio Grande do Sul, quando duas fábricas foram fechadas por empresas diferentes. 180 foram demitidos na fábrica calçados Jacob, em Cachoeira do Sul e mais outros 150 foram demitidos em uma fábrica da Paquetá, em Sapiranga. Os motivos do fechamento são distintivos, mas as consequências para os operários é a mesma: a demissão e a obrigação de ter que procurar outro emprego em meio à crescente crise.
A fábrica de calçados Jacob, que ficava em Cachoeira do Sul, na margem oeste da região metropolitana do estado, e que operava há 95 anos, foi subitamente fechada. Os operários não foram informados previamente e só souberam do fechamento quando chegaram para trabalhar. A fábrica foi comprada pela empresa Dream Indústria e Comércio, que cinicamente decidiu transferir a fábrica para junto da sede da empresa, em Sapiranga, e demitiu todos os 180 operários por “falta de demanda do produto”. Em uma nova violação dos direitos dos operários e de forma a afundar mais ainda os operários na miséria, a empresa decidiu unilateralmente pagar a rescisão aos operários em 14 parcelas ao longo de 7 meses.
Em Sapiranga, nos limites norte da zona metropolitana, a empresa Paquetá, também de calçados, demitiu mais de 120 funcionários de sua fábrica, começando no dia 30 de novembro e demitindo mais 30 nos próximos dias. As demissões vêm após a empresa entrar em recuperação judicial, com outras fábricas no Ceará sendo fechadas previamente antes da onda atingir o Rio Grande do Sul. As demissões já assombravam a população de Sapiranga desde de que os problemas financeiros foram anunciados pela empresa, no dia 28 de Novembro, ao jornal local ‘Jornal NH’, um funcionário disse em entrevista que “se fechar aqui, acabou tudo”. Esse episódio é apenas mais um em meio à crescente crise que tem como a principal vítima a classe operária. No início de novembro, o AND noticiou as quase 300 demissões em Horizontina, na região norte do estado, e expôs como a penetração do imperialismo, principalmente ianque, é diretamente responsável pelo agravamento das crises e as demissões em massa.