Desde o dia primeiro de janeiro, o governo federal suspendeu o contrato com a empresa que administra a usina de termelétrica Candiota 3, que fica na cidade de Candiota, na fronteira sul do estado. Direta e indiretamente, mais de 5 mil pessoas são empregadas pela Usina, desde os próprios trabalhadores como também comerciantes que atuam ao redor do complexo e outros funcionários, quase metade dos 11 mil habitantes da cidade.
Os trabalhadores e moradores da região temem a ruína completa de uma cidade que já sofre com o esvaziamento populacional provocado pelo latifúndio e a mineração. Mais de 40 municípios da região podem sofrer consequências catastróficas por conta do fechamento da usina e da demissão de milhares de trabalhadores. No dia 15 de janeiro, mais de 500 operários realizaram uma manifestação em frente à usina exigindo a reabertura da mesma.
O fechamento da usina tem ligação direta com a política de “transição sustentável” do governo federal, que vetou a assinatura de um novo contrato com a empresa que administra a usina por conta da política de gradualmente extinguir a geração de energia por carvão, como previsto nos acordos internacionais de Paris que exigem a redução das emissões de gás carbônico (CO2) na atmosfera. A verdade é que a “transição sustentável” é um engodo, as usinas termoelétricas são responsáveis por apenas 0,3% das emissões de CO2 no Brasil, não chegando nem mesmo aos pés das 13 milhões de toneladas de emissões causadas pela mineração em solo brasileiro, que são 5% do total.
Candiota tem 12 bilhões de toneladas de carvão em seu subsolo, quase 40% da reserva nacional do mineral. Agora, todo o seu produto mineral será destinado exclusivamente a abastecer o mercado do imperialismo.