No dia 19 de outubro, membros da Casa Cultural Jiboia, localizada no bairro Cidade Baixa, Porto Alegre, foram novamente atacados pelo velho Estado. A ocupação já havia sido atacada no dia 04/10, quando a prefeitura derrubou o muro da ocupação com uma escavadeira, sem ao menos avisar aos membros que a ação seria feita.
Quinze dias depois do ocorrido, a prefeitura retornou ao local para finalizar o “trabalho”. Após terminarem de derrubar por completo o muro, policiais da Tropa de Choque da Polícia Militar invadiram a ocupação e dispararam jatos de spray de pimenta e balas de borracha para expulsar os ocupantes do prédio, tudo sob a falsa justificativa de que precisavam “retirar os destroços do muro”.
Os membros da ocupação não aceitaram a violência da repressão e resistiram aos ataques. Trabalhadores que passavam pelo no momento da repressão se solidarizaram com os membros da ocupação e resistiram também. Além dos disparos de bala de borracha e jatos de spray de pimenta, uma mulher da ocupação foi agredida e detida pelos militares. Em resposta, os ocupantes e demais manifestantes estilhaçaram o vidro de uma viatura com um tijolo arremessado contra a repressão. A violência policial foi abafada pelos monopólios de imprensa local. Enquanto uns noticiaram somente a resistência dos ocupantes, outros chegaram a afirmar que “não houve confronto”.
A repressão contra a Casa Cultural Jiboia ocorre no contexto de crescimento da violência policial no Rio Grande do Sul. Já foram vários os casos de repressão da Guarda Municipal e da Polícia Militar contra as massas populares. Em setembro, os guardas de Porto Alegre empreenderam dura repressão contra os participantes de uma ocupação por moradia no centro de Porto Alegre.
Além dos casos de repressão no campo da luta popular, cada vez mais acumulam-se no estado os episódios de violência e assassinato deliberado contra as massas populares em geral. Foi o caso, por exemplo, do caminhoneiro Gilvane Pinto, assassinado por um brigadiano militar no município de Catuipe, noroeste do estado.