O Ministério Público do Rio Grande do Sul impôs sigilo sobre a investigação das causas e consequências sobre as enchentes que inundaram o RS esse ano, sobretudo sobre o sistema de proteção contra as enchentes, segundo notícia do jornal Extra Classe publicada no dia 7 de agosto.
As investigações foram lançadas no mês de maio, quando o estado sulista ainda estava em grande parte afetado pelas enchentes. A decisão de investigar ocorreu em meio a grande revolta do povo brasileiro, sobretudo no Sul, que apontava para as falhas no sistema de prevenção contra enchentes do governador Eduardo Leite (PSDB) e a possibilidade de ter prevenido as mortes e destruição em massa no estado.
Foram várias as investigações de jornalistas e especialistas da área que apontaram que o projeto de décadas no Rio Grande do Sul falhou de forma miserável, com falhas em velhas e novas estruturas. Tiveram falhas no sistema de contenção e bombeamento das águas pluviais, nas comportas, no sistema de energia e outros pontos.
Acontece que, três meses depois, o Ministério Público não tem previsão sobre o fim das investigações e afirmou que decretou as investigações foram colocadas em sigilo. O autor dessa decisão foi o promotor Luis Felipe Tesheiner, conhecido pelo histórico de perseguição a estudantes e jornalistas em 2016, durante a ocupação da Secretaria Estadual da Fazenda (foram perseguidos um jornalista, um cinegrafista e oito estudantes) e camponeses em 2008.
A justificativa oficial do MP é que o sigilo serve para “evitar prejuízos à investigação e eventual comprometimento da finalidade das diligências”. Contudo, abre-se a possibilidade do decreto ser, na verdade, para proteger políticos e funcionários públicos envolvidos no crime de Estado, sobretudo nos meses imediatamente anteriores à farsa eleitoral.