Moradores de Alvorada, zona metropolitana de Porto Alegre, bloquearam avenidas, incendiando pneus e entulho em protesto à frequente falta de abastecimento de eletricidade na região. O protesto ocorreu na Avenida Terra Nova, no bairro Jardim Algarve. Os moradores ficaram do dia 15 ao dia 19 de dezembro sem energia após o grande vendaval que atingiu o Rio Grande do Sul. Após este período, tiveram a luz frequentemente interrompida até passarem a noite da véspera de Natal em completa escuridão, quando optaram por realizar o protesto. A empresa terceirizada responsável pelo abastecimento de luz, CEEE Equatorial, não informou o motivo do apagão nesta região.
“A gente cansou né, já fazem aí no mínimo 4 ou 5 meses que a falta de luz é recorrente de 2 a 3 vezes por semana, a gente já fez tudo que podia legalmente dizendo – de abrir protocolos, de fazer inclusive reclamações junto com os condomínios e com o bairro – mas não adianta, infelizmente. Ontem a gente chegou num limite, teve famílias que perderam ceia de natal, azedou (o alimento), enfim, devido à falta de luz(…) A gente tem pessoas doentes no bairro que usam equipamentos que precisam de luz para poder se manter e, além disso, diversos vizinhos perderam eletrodomésticos (…) É um problema gravíssimo!” Denunciou Giovane, morador da região, ao monopólio de imprensa da RBS TV.
Outra moradora da região relatou também as tentativas frustradas em contatar a CEEE Equatorial:
“Nós, enquanto condomínio, já pontuamos 16 faltas de luz de setembro pra cá, 16 períodos sem luz é quase metade de um mês! Como consumidor, a gente já tem orientado a todos os moradores a pedirem protocolos diretamente com a Equatorial. Porém, o condomínio está vendo que, diante do não retorno, nós oficiamos a Equatorial, e mesmo com o ofício para a Equatorial – que ficou sem resposta – nós tivemos que abrir um protocolo na Aneel, que ainda também não teve respostas!”
Apenas após a manifestação dos moradores da região, a CEEE Equatorial esclareceu que houve um problema na rede de abastecimento no dia 24, e despachou uma equipe para restabelecer a luz na região.
Desde o ano passado a população gaúcha tem manifestado seu descontentamento diante das medidas antipovo de privatização do setor público dirigidas pelo governador do estado, Eduardo Leite (PSDB). A venda da CEEE para o grupo Equatorial evidenciou a precarização causada pela iniciativa privada no serviço ofertado para o povo, principalmente para aqueles fragilizados pelas enchentes e pelos catastróficos temporais no estado.