Na noite do dia 3 de setembro, policiais invadiram o condomínio popular Princesa Isabel, que fica na zona central de Porto Alegre, em perseguição a homens armados que fugiram, de carro, para dentro do condomínio. Os moradores do condomínio, que é rotineiramente invadido por forças policiais de repressão, resistiram à incursão.
Os moradores bloquearam o portão de acesso ao condomínio, forçando os policiais a prosseguirem a pé. Dois dos homens perseguidos foram encurralados pelos brigadianos, um deles foi metralhado, morrendo na hora e tendo seu corpo retirado pela Brigada Militar, após supostamente apontar uma arma para um policial; o outro foi preso.
Após os tiros, os policiais tentaram intimidar os moradores, mandando que as pessoas que filmavam das janelas dos prédios “fossem para dentro”, porém as forças de repressão foram recebidas com paus e pedras arremessados pelos moradores, forçando os policiais a recuarem do condomínio. Após a ação, foram aos choramingos aos grandes jornalões denunciar os “danos à viatura e a uma membra da guarnição” que as pedras das massas fizeram.
Condomínio vive rotina de terror
O condomínio Princesa Isabel é o mesmo onde forças policiais sequestraram, torturaram e assassinaram o trabalhador Vladimir Abreu, em maio. Os moradores relataram ao comitê de apoio AND que as incursões são rotineiras, e são sempre acompanhadas de torturas, agressões e fabricação de acusações.
Após a morte de Vladimir, os moradores incendiaram dois ônibus em frente ao condomínio. A expulsão das forças policiais do condomínio é uma grande vitória das massas populares, que resistem a política genocida de criminalização da pobreza.