No dia 24 de setembro, moradores da cidade de Portão, Rio Grande do Sul, protestaram próximo a um pedágio da empresa Caminhos da Serra Gaúcha (CSG) contra arbitrariedades que vem sendo cometidas pela empresa, que administra a concessão do pedágio que divide a cidade em duas.
Em fevereiro de 2023 a empresa CSG assumiu a concessão pública da praça de pedágio da cidade de Portão (região metropolitana de Porto Alegre), localizada na RS-240. Uma das primeiras medidas da empresa foi um aumento no valor da tarifa de R$ 6,50 para R$ 11,90, aumento de 83%. A empresa também passou a cobrar a tarifa dos veículos emplacados no município de Portão, que antes possuíam isenção. Esse cenário causou enormes prejuízos na vida do povo da cidade que precisa passar por esse caminho várias vezes ao dia. Uma alternativa encontrada pelas massas populares locais para escapar dos abusos da CSG foi a utilização de um desvio próximo ao local.
No final de agosto, seguindo com seu autoritarismo e desmandos, a CSG, alegando questões de segurança, bloqueou os acessos ao desvio da praça de pedágio, na tentativa de obrigar o povo a pagar a tarifa abusiva, que não reflete em investimentos na melhoria da rodovia, visto o péssimo estado da mesma, esburacada e mal sinalizada. Em alguns pontos, já ocorreram mais de um atropelamento que resultaram em morte de pedestres. A retirada dos bloqueios foi ordenada pela justiça no mesmo dia.
Contudo, já no dia 19/09 a CSG, com aval da justiça, voltou a bloquear os acessos ao pedágio, “cortando” ainda mais parte da cidade e prejudicando ainda mais as massas que vivem no local. Na madrugada do dia 21/09, jovens, em justa demonstração de revolta contra os abusos da CSG, arrancaram parte da sinalização de bloqueio instalada pela empresa e foram presos pela Brigada Militar.
Os moradores da cidade organizaram e realizaram vigorosa manifestação no domingo dia 24/09. Em horário de grande movimentação no local os moradores bloquearam o acesso ao pedágio e direcionaram os veículos que passavam ao desvio, causando prejuízo para a autoritária CSG. Um enorme contingente policial foi mobilizado pelo governador Eduardo Leite para proteger a CSG da manifestação. Estima-se que o prejuízo da empresa tenha sido de, no mínimo, R$ 14 mil por conta dos vigorosos bloqueios realizados.
A CSG, que já vem atacando o direito de ir e vir das massas, ainda tentou atacar o direito de livre manifestação ao buscar liminar na justiça na tentativa de impedir a manifestação. Os moradores prometeram continuar com seus protestos até que a praça de pedágio seja removida da cidade. Estaremos acompanhando os desdobramentos da situação.