No dia 22 de Maio, moradores do Bairro Humaitá, em Porto Alegre, bloquearam a rodovia BR 290 em protesto contra a demora para a drenagem dos bairros da Zona Norte da capital, que a semanas estão tomadas pela água. Os 50 moradores utilizaram seus veículos para impedir a passagem de carros e exigiram a presença do prefeito Sebastião Melo (MDB) e do ‘ministro extraordinário’ Paulo Pimenta (PT) como condição para liberar a rodovia. Imobilizado, a prefeitura acatou as demandas dos moradores e ambos foram de encontro aos manifestantes onde foram cobrados para entregar o básico às massas do bairro. Após a conversa, o prefeito comunicou que duas bombas d’água seriam movidas para o bairro.
O Humaitá fica na Zona Norte de Porto Alegre, uma das zonas mais atingidas pela enchente tanto do Guaíba como do Rio Gravataí, que rompeu os diques de proteção da região e invadiu os bairros que concentram a grande maioria do proletariado Porto-Alegrense. Em um contexto de baixa do nível do Guaíba, as massas se perguntam o motivo de bairros considerados nobres, como Moinhos de Vento e Menino Deus, já estarem secos por conta do reparo das estações de bombeamento enquanto a muito mais populosa Zona Norte ainda estar quase que completamente embaixo da água.
A série de protestos em Porto Alegre na mesma semana, denunciando o descaso da prefeitura com a população e combatendo a guerra reacionária contra o povo, tem inimigo em comum, o governo, municipal, estadual e federal, e característica em comum, demonstram que a única maneira que as massas tem para exigir suas reivindicações mais básicas é a mobilização organizada, única tática capaz de fazer o velho estado atender as demandas mais básicas das massas. Cabe a novos e mais desenvolvidos tipos de organizações, os comitês de solidariedade popular, em manter firme a ativa a mobilização das massas para fazer frente contra o descaso assassino e os sonhos de fascistização dos prefeitos e governantes do Rio Grande do Sul.