RS: Moradores do condomínio popular Princesa Isabel queimam 2 ônibus após trabalhador levado pela BM ser encontrado morto

Brigada Militar tentou reprimir protesto, mas foi repelida com pedras e coqueteis molotvs.
Moradores incendiaram ônibus e responderam repressão com molotovs. Foto: Reprodução

RS: Moradores do condomínio popular Princesa Isabel queimam 2 ônibus após trabalhador levado pela BM ser encontrado morto

Brigada Militar tentou reprimir protesto, mas foi repelida com pedras e coqueteis molotvs.

Cerca de 50 moradores do condomínio popular Princesa Isabel, no bairro Azenha, em Porto Alegre, incendiaram dois ônibus em protesto ao desaparecimento forçado e posterior aparição sem vida do trabalhador Vladimir Abreu de Oliveira, morador do local, levado por policiais da Brigada Militar (BM) após abordagem por volta das 22h30min na última sexta-feira (17/05) e encontrado morto na manhã de domingo (19) em região alagada da zona sul da capital gaúcha, motivando o protesto dos moradores no início da noite. A fim de reprimir o protesto, pelo menos 15 viaturas da BM isolaram a região, impedindo os moradores do condomínio de deixarem os prédios. 

O desaparecimento do jovem trabalhador já havia gerado um protesto no sábado (18/05), quando moradores fecharam a rua que dá acesso ao condomínio, o protesto era pacifico e foi fortemente reprimido pela BM, que enviou cerca de 6 viaturas para intimidar os manifestantes. No dia 19, por volta das 19 horas, os moradores interceptaram dois ônibus que passavam pela rua na frente do condomínio, removeram os passageiros e incendiaram os veículos. Com a chegada de viaturas, os moradores enfrentaram a BM com coquetéis molotov e pedras.

Moradores afirmam que Vladimir estava no condomínio, onde moram familiares, em decorrência do alagamento de sua casa, quando a BM invadiu o condomínio e levou o trabalhador preso. Imediatamente, a família procurou informações sobre qual delegacia havia sido levado, porém não houve nenhum esclarecimento, dois dias depois, a família foi chamada ao Instituto Médico-Legal onde o corpo de Vladimir foi reconhecido. 

O condomínio é local de frequentes incursões pela BM, que coleciona denúncias de torturas e assassinatos ocorridos dentro do condomínio. Em 2018, o assassinato do jovem Lucas Soares Silva pela Brigada Militar desencadeou uma jornada de protestos pelos moradores do condomínio. 

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