Novas chuvas arrasaram os municípios da Fronteira Oeste gaúcha nos últimos dias, provocando enchentes e desabrigando 987 pessoas. A cidade mais atingida pela cheia dos rios é Rosário do Sul, que até o momento conta com 303 pessoas desabrigadas. Em seguida, estão Uruguaiana e Alegrete, com 296 e 266 desabrigados, respectivamente. Também foram atingidas as cidades de São Gabriel, São Borja, Itaqui e Manoel Viana. As informações são da Defesa Civil do estado.
A cidade de Alegrete está em alerta em razão da elevação do Rio Ibirapuitã. Na medição mais recente, o rio estava em 10m88cm, sendo que a cota de inundação é 9m70cm. Renato de Santana Arnoud Grande, coordenador da Defesa Civil de Alegrete, afirmou que o nível do rio sobe cerca de três centímetros por hora. Ainda de acordo com a Defesa Civil do município, as águas que chegam de Santana do Livramento estão descendo para Alegrete, o que deve elevar ainda mais o Ibirapuitã. O Rio Uruguai também apresentou aumento no volume. Uruguaiana registrou o acumulado de chuva nas últimas de 80mm nas últimas 48 horas.
Os quase mil desabrigados na Fronteira Oeste são mais um dos efeitos da falta de estrutura para prevenção aos efeitos das fortes chuvas que arrasaram o interior do Rio Grande do Sul em setembro e que até o momento deixaram um saldo de 48 mortos, com 8 ainda desaparecidos. A principal região afetada foi o Vale do Taquari, tendo a cidade de Muçum chegado a ter 85% de sua área completamente inundada.
Deixado à própria sorte pelo velho Estado brasileiro de grandes burgueses e latifundiários, o campesinato brasileiro vem enfrentando verdadeiros crimes de Estado mascarados de “desastres naturais”. Como denunciado por AND, desde 2013, a verba destinada à prevenção dos efeitos dos desastres naturais vêm sofrendo cortes avassaladores, mesmo com o aumento gradativo dos ciclones extratropicais no País. Os cortes ao longo dos 10 anos chegaram a reduzir em R$ 10 milhões o orçamento federal para prevenção dos efeitos de desastres.
Feito comVisme
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