RS: Políticos compram material escolar superfaturado enquanto escolas caem aos pedaços

A recente compra de “telas interativas” superfaturadas por quase 10 milhões de reais para escolas municipais do estado é apenas mais um dos diversos casos de corrupção na educação pública no estado.
Fonte: Reprodução.

RS: Políticos compram material escolar superfaturado enquanto escolas caem aos pedaços

A recente compra de “telas interativas” superfaturadas por quase 10 milhões de reais para escolas municipais do estado é apenas mais um dos diversos casos de corrupção na educação pública no estado.

Na cidade de São Leopoldo (RS), foi feita a compra de 377 telas interativas da empresa Smart Tecnologia entre 2021 e 2022, destinadas às escolas, que no total custaram 9,5 milhões de reais, sendo pago 3 vezes mais que o preço de mercado destes equipamentos, tendo um custo de 32 mil por cada unidade, enquanto o preço médio é de 10 mil, e mesmo nas estimativas mais conservadoras, a qual se considera os preços mais altos, 25 mil. Esse esquema também não é exclusivo ao caso da cidade de São Leopoldo, mas inclui também outros 51 municípios do estado, totalizando um total de 152 milhões gastos nestes equipamentos. Também não sendo exclusivo somente a esses equipamentos, a mesma empresa também está envolvida no superfaturamento na implementação de fibra óptica e sistema de monitoramento na cidade de Alvorada, no qual saiu do valor inicial de 23 milhões no início da licitação para 396,5 milhões, um aumento de 1.700%.

Estes são os investimentos “na educação” que estão sendo feitos, compras superfaturadas de telas interativas enquanto as escolas caem aos pedaços, que têm uma infraestrutura precária que mal suportaria esses novos equipamentos, além de diversos outros ataques de desmanche da educação pública. Esse escândalo também não é apenas um caso isolado de enriquecimento à custa da educação, a própria prefeitura de Porto Alegre de Sebastião Melo adquiriu em 2022 uma série de materiais em que o superfaturamento de alguns dos itens chegou a 971%, dentre esses itens, 7,3 milhões foram gastos em 150.000 livros didáticos, variando até um máximo de 219% no superfaturamento, além do mais escrachado de tudo: a compra do mesmo curso de formação 112 vezes, os gastos irregulares com esse curso chegando a 745,25 mil reais.

O resultado? Um acúmulo de livros, computadores e diversos outros materiais pedagógicos, parados em estoques de escolas sem nenhuma utilização, seja pela compra duplicada de diversos itens ou pela própria falta de infraestrutura da rede elétrica das escolas para suportar esses equipamentos, nem se poderia dizer que estão mofando nas prateleiras, pois diversos já chegaram mofados. O caso ganhou notoriedade em 2023, quando a existência dos materiais parados nos galpões da secretaria da educação, cujo valor chegava a mais de 100 milhões de reais, foi revelada pelo monopólio de imprensa, chegando a ser aberta uma investigação criminal sobre o caso.

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