No dia 11 de outubro, mais de 800 camponeses produtores de leite bloquearam a Ponte Internacional Barão de Mauá, em Jaguarão, que faz a divisa entre Rio Grande do Sul e o Uruguai, contra a importação do leite estrangeiro pelo governo federal. Os camponeses bloquearam periodicamente a ponte em intervalos de 15 minutos, a valorização da produção do leite nacional em vez da importação em massa do leite uruguaio e argentino. A importação tem aprofundado a ruína dos camponeses com a baixa severa nos preços do leite brasileiro, para que possa competir com os importados.
O protesto foi apenas mais uma etapa na grande mobilização de pequenos produtores no interior do estado este ano. No dia 02/10, 700 produtores de leite bloquearam a BR-386 em Frederico Westphalen, no norte do estado. Anteriormente, em agosto, um grande protesto reuniu 1,8 mil camponeses em Porto Xavier.
“Mais uma vez os agricultores tiveram que sair das suas propriedades para reivindicar a sustentabilidade das suas atividades. É inaceitável que o governo federal não traga respostas para a cadeia produtiva do leite. O governo sabe das dificuldades e sabe onde atacar, mas até o momento as medidas anunciadas são paliativas e não resolvem o problema”, afirmou Carlos Joel Silva, presidente da FETAG/RS.
Frente às mobilizações recentes, o governo do oportunista Luiz Inácio pronunciou, através do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que tomaria uma “medida tributária para ajudar o setor”, conforme noticiou o monopólio de imprensa Rede Globo. Enquanto o governo finge se preocupar com os camponeses, enche o bolso do latifúndio por meio do recente Plano Safra, que concedeu R$ 364,22 bilhões em crédito a juros baixíssimos para os grandes donos de terra.