Populares confiscam botijões de gás. Foto: Reprodução
No dia 22 de julho, trabalhadores confiscaram botijões de um caminhão de gás em meio a uma confusão após o atropelamento de uma criança pelo motorista do caminhão, no bairro Getúlio Vargas, em Rio Grande (RS).
Os botijões, cujo preço tem se elevado nos últimos anos, são artigos necessários, porém que já começam a faltar nas casas dos trabalhadores por todo o país: desde 2017 o uso de lenha, no lugar do gás doméstico, tem crescido. Já o preço segue aumentando: no dia 23 de julho, a Petrobras reajustou em 5% o preço nas refinarias.
Durante a briga entre o caminhoneiro, que atropelou a criança, e a família da vítima, os trabalhadores decidiram confiscar-lhe a carga e distribuíram aos necessitados.
Ao fim, o carona do caminhão foi morto com arma de fogo por um familiar da menina atropelada, e a criança foi encaminhada ao hospital.
A situação explosiva social e os confiscos de coisas necessárias à manutenção da vida (chamados erroneamente de “saques”) agravados cada vez mais, mostram como a crise econômica do capitalismo burocrático, intensificada pela crise sanitária da Covid-19, tem submetido o povo a condições cada vez mais indignas de vida.
Recentemente o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) revelando que mais da metade da população brasileira com idade para trabalhar está desempregada (50,5%). Numa situação de agravada privação dos direitos básicos como à alimentação, no caso da falta de acesso ao gás de cozinha, os confiscos são um meio encontrado pelas classes populares de amenizar a carestia.