RS: Quase 2 mil camponeses produtores de leite protestam contra a ruína da produção

Cerca de 1,8 mil camponeses produtores de leite realizaram uma grande manifestação em Porto Xavier, na fronteira com a Argentina, exigindo a elevação do preço mínimo do produto, e denunciando a ruína imposta aos camponeses pobres pelo latifúndio e as grandes empresas.
Manifestação de 2 mil camponeses produtores de leite exige elevação do preço mínimo. Foto: Fetag-RS/Divulgação
Manifestação de 2 mil camponeses produtores de leite exige elevação do preço mínimo do produto. Foto: Fetag-RS/Divulgação
Manifestação de 2 mil camponeses produtores de leite exige elevação do preço mínimo. Foto: Fetag-RS/Divulgação

RS: Quase 2 mil camponeses produtores de leite protestam contra a ruína da produção

Cerca de 1,8 mil camponeses produtores de leite realizaram uma grande manifestação em Porto Xavier, na fronteira com a Argentina, exigindo a elevação do preço mínimo do produto, e denunciando a ruína imposta aos camponeses pobres pelo latifúndio e as grandes empresas.

Cerca de 1,8 mil camponeses produtores de leite realizaram uma grande manifestação em Porto Xavier, na fronteira com a Argentina, exigindo a elevação do preço mínimo do produto, e denunciando a ruína imposta aos camponeses pobres pelo latifúndio e as grandes empresas. Particularmente, os camponeses estão sendo prejudicados pela importação do produto cada vez maior pelas grandes empresas de países do Mercosul, cujos preços são ainda menores.

Os pequenos produtores do Sul brasileiro sofrem recorrentemente pelo preço cada vez mais baixo oferecido pelos latifundiários e grandes empresas compradoras de leite, situação que é agravada pelos altos custos de produção impostos pelas próprias empresas. Soma-se a isso a denúncia dos manifestantes da compra internacional do produto em detrimento dos pequenos produtores. 

Segundo dados oficiais, 91% das importações brasileiras de leite e derivados no ano de 2021 vieram da Argentina e do Uruguai, devido aos seus preços mais baixos em comparação aos dos pequenos produtores brasileiros. No primeiro semestre do ano de 2023, a compra de leite e derivados aumentou em 273%.

A manifestação denunciou também a falta de incentivos aos pequenos produtores, que sofrem com dívidas aos bancos, falta de créditos, pouca terra para o cultivo, trabalho brutal sem máquinas e implementos e carência de sementes de qualidade para ficar somente em alguns. 

Enquanto os pequenos produtores carecem de incentivos, o governo de Luiz Inácio destinou milhões aos latifundiários por meio do recente Plano Safra. O plano concedeu R$ 364,22 bilhões em crédito a juros baixíssimos aos latifundiários, enquanto destinou migalhas ao campesinato pobre e com pouca terra. A cifra para a “agricultura familiar” (a imensa maioria de camponeses, concentrados na minoria das terras brasileiras) foi estipulada no valor de R$ 70 bilhões, menos de 19% do Plano Safra.

Somente a Revolução Agrária pode resolver os problemas do campesinato

A luta dos pequenos produtores soma-se às crescentes tomadas de terras empreendidas por milhares de camponeses de Norte a Sul do país pela distribuição das terras ao campesinato. É somente a revolução agrária, e não os engodos burocráticos do velho Estado de planos de crédito – que só beneficiam aos bancos –, e falidas reformas agrárias, que entregará terra ao campesinato pobre e que garantirá a posse da terra aos pequenos e médios camponeses sufocados pelo latifúndio e grandes empresas do imperialismo. No percurso da luta pela terra para quem nela trabalha, os sucessivos governos de turno serão desmascarados, cenário já enfrentado pelo governo do oportunista Luiz Inácio.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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