Na sexta-feira (21/3) a cidade de Tupanciretã (RS) foi sede da reunião de representantes políticos das camadas mais reacionárias da sociedade, como o governador Eduardo Leite (PSDB), o secretário da Seapi Clair Kuhn (MDB), o senador Luis Carlos Heinze (PP), o deputado federal Pedro Westphalen (PP), o deputado estadual Frederico Antunes (PP) e o prefeito municipal Gustavo Herter Terra (PP), em cerimônia de abertura da colheita da soja.
A cerimônia foi marcada por pugnas, acordos, quase confissões de crimes ambientais, por parte do representante do senado federal Luis Carlos Heinze (PP), que disse “eu sei o que fiz”, “é o que a gente faz”, referindo-se ao caso das transgênicas contrabandeadas da Argentina, onde não houve quaisquer represálias aos grandes proprietários, bem como declarações políticas antipovo.
Apesar de tentarem pintar-se como representantes de toda a sociedade, a cerimônia deixou evidente seu caráter de classe, reacionário e latifundiário.
O governador, por exemplo, além de se orgulhar da “maior leva de privatizações do estado”, define a luta do povo pela terra como “invasão de terra” e “baderna”, batendo no peito de ter acionado a polícia reacionária contra os camponeses em Pedras Altas/RS, sem ter ordem judicial para tanto.
Da mesma maneira, o prefeito municipal quis induzir, em seu discurso, que são as “ideologias marxistas” que atravancam o desenvolvimento econômico municipal, fazendo alusão às manifestações da semana passada.
O povo tupanciretanense indaga-se: ‘Para onde vai todo o investimento?’, como comentou um morador da cidade: “Tupanciretã parece aquelas cidades de garimpo, abandonada, não evolui e falam que é a capital da soja, qual é a explicação? Ou desviam dinheiro ou o pessoal mais rico não deixa empresas se instalarem de medo que falta mão de obra para o interior”, como disse o pequeno camponês: só pensam nos mais ricos e os pequenos produtores são esquecidos.