Cerca de 50 rodoviários funcionários da Carris, empresa de transporte coletivo de Porto Alegre (RS), iniciaram uma greve na madrugada de 21 de setembro contra a privatização da empresa promovida pelo governo reacionário do prefeito Sebastião Melo (MDB) e a covarde demissão de vinte trabalhadores. Até a tarde do dia 22/09, os rodoviários haviam feito duas manifestações no centro de Porto Alegre. A primeira mobilização ocorreu na madrugada do dia 21/09, no portão da empresa, no Bairro Partenon.
As mobilizações ocorrem às vésperas do edital de privatização da companhia, marcado para o próximo dia 02/10. A greve também condena que os vinte funcionários desligados pela empresa não receberão indenização de acordo com o que está previsto na legislação. Segundo os trabalhadores, cenas como essa serão cada vez mais comuns com a privatização da companhia.
O edital prevê que a concorrência pública, de âmbito internacional, terá proposta mínima de R$ 109 milhões e incluirá a venda de ações e bens, como ônibus e terrenos. A concessão à iniciativa privada será pelo período de 20 anos.
A profunda crise pela qual passa o sistema de transporte público de Porto Alegre é resultado da política de benefícios aos grandes empresários e do sucateamento dos serviços públicos da cidade aplicada pelos sucessivos governos de turno municipais. Em conluio com o governo antipovo de Eduardo Leite (PSDB) e seu frenesi entreguista, o governo Melo, aprofundou esta política e encaminhou a privatização da Carris, que atualmente opera 20 linhas de ônibus na Capital, o que representa 22% do sistema de transporte coletivo da cidade.
No estado, Leite vende a luz e a água da população (CEEE e Corsan); na Capital, Melo vende o transporte e locais destinados à cultura e lazer, como o Mercado Público e o prédio Cia da Arte, onde manifestantes resistiram à brutalidade da Guarda Municipal (GM) no fim de semana passado.